Um Presidente Democrático ou um Ditador à vista?

Para começar, faço um convite muito sincero, honesto, amoroso e verdadeiro. Convido todas as eleitoras e todos os eleitores, que pensam ou que já decidiram não votar, ou decidiram anular seu voto, ou até mesmo não votar em nenhum dos dois candidatos, para que pensem melhor e decidam votar. Pensem melhor com a inteligência emocional e racional. Dirijam-se, com muita lucidez e com muito amor, até às respectivas urnas, no próximo domingo – dia 28 de outubro de 2018 – e votem conscientemente. Pratiquem, assim, com pleno orgulho sadio e saudável, um ato pessoal responsivo, intransferível e indispensável para garantir o bem de todos! Um ato legítimo imprescindível para a democracia deste nosso maravilhoso Brasil, porque a democracia é um bem comum político de todos, antes e acima de qualquer outro regime de governo e sistema de sociedade. E lembrem-se, o voto é um ato livre e responsivo pessoal de cada uma e de cada um de respeito aos cidadãos, independentemente de sexo, classe social, etnia, religião, raça…

Com modesta humildade e com todo o respeito que há no mundo ao meu alcance, eu lhes peço que votem na e pela democracia e não na e pela ditadura anunciada e proclamada por candidato a presidente do Brasil. O Brasil e o mundo inteiro precisam de instituições, sociedades, estados e governos democráticos e não de estados, governos e presidentes autoritários, ditadores, militaristas e fascistas. Precisamos com urgência e inteligência elevada coletiva combater e erradicar a violência, os crimes, os terrorismos, a ignorância, a pobreza, a injustiça, a desigualdade social, a destruição da vida do planeta terra, mas não com violência, com ódio, com tortura, com execuções brutais…

Agora, tenho um convite muito especial também para as eleitoras e para os eleitores que já decidiram em quem votar. Para as eleitoras e os eleitores que já decidiram votar no candidato que vivencia e proclama a democracia, eu lhes peço que votem com convicção sem temor no candidato que propõe um governo democrático. Para as apoiadoras e os apoiadores do candidato que anuncia, proclama e promete – jura em nome da bandeira do Brasil – um governo autoritário, militarista e ditatorial, eu peço que pensem muito, mas muito mesmo, e em profundidade, antes de votar. Examinem com sinceridade o mito do homem forte, decidido a usar a força policial-militar bruta, direta, ao vivo, contra os criminosos. O ato de combater o crime com violência gera mais violência. Multiplica e gera mais criminosos. Já temos lições da história muito antigas e verdadeiras: os criminosos se erradica e elimina com educação de boa qualidade de todas as crianças, de todos os adolescentes e de todos os jovens. Se todas as crianças, todos os adolescentes e todos os jovens estiverem em escolas de tempo integral de elevada educação, não teremos criminosos. A violência sempre gerou e continua gerando e produzindo mais violência. Os regimes autoritários, totalitários, ditatoriais que usaram a violência para reprimir e eliminar os opositores políticos, só desencadearam tragédias humanas terríveis. A violência proposta pelo candidato para combater a violência está anunciando mais violência para os próximos anos no Brasil.

A democracia é o regime, o modo de ser da sociedade, que deve garantir a igualdade na diversidade; regime que propicia e garante a todos as condições para desenvolver a personalidade com liberdade e respeito aos direitos individuais. No regime autoritário, as oligarquias das minorias ficam cada vez mais ricas e as maiorias pobres ficam cada vez mais numerosas e cada vez mais pobres.

Pensemos nisso, no ato de votar. Com respeito a todos.

Eu lhes garanto que não estou em estado emocional de delírio. Nem estou paranoico. Também não estou embevecido de alucinações.

José Kuiava Contributor

Professor, pesquisador, escritor
José Kuiava é Doutor em Educação pela Faculdade de Educação da Unicamp (2012). Atualmente é professor efetivo- professor sênior da Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Planejamento e Avaliação Educacional, atuando principalmente nos seguintes temas: autobiografias.inventário da produção acadêmica., corporeidade. ética e estética, seriedade, linguagem, literatura e ciências e riso.