Do jeito que as coisas vão, logo logo o conservadorismo político aliado à força policial deste Estado de São Paulo instaurarão a censura até para textos de estudantes… Vejam a nota da APEOESP, que compartilho:
A Polícia Militar foi até a escola estadual Aggêo Pereira do Amaral para exigir a retirada dos trabalhos escolares do mural da escola numa tentativa de censurar os trabalhos baseados na obra “Vigiar e Punir” de Michael Foucault, material que integra o currículo escolar do ensino médio e constitui leitura obrigatória para estudo da filosofia.
A tentativa de intervir no processo de ensino aprendizagem foi por conta do uso de uma charge do Latuff que retrata a face da polícia militar (Rota) com o rosto de uma caveira.
Ao tomar conhecimento dos trabalhos uma tenente e dois cabos foram até a escola para intimidar o corpo docente, entretanto, diante da firmeza da direção e dos professores, várias viaturas da ROTA passaram a rondar a escola com objetivo de amedrontar e ameaçar a comunidade escolar.
A PM também divulgou nota oficial em sua página exigindo que a Diretoria de Ensino tome providências para censurar e repreender o professor e os alunos, e expõe o nome do professor, dos estudantes menores, da escola e da direção.
Toda a comunidade escolar está sendo duramente atacada, a nota da PM provocou uma reação descontrolada, professores, direção e alunos estão sendo alvo de ataques, ameaças e ofensas.
Defendemos a liberdade dos estudantes, a liberdade de cátedra, a integridade da comunidade escolar e repudiamos a ação ilegal da PM que ultrapassa, em muito, a esfera de suas atribuições e constitui crime de abuso de autoridade, constrangimento ilegal e censura, que é inadmissível num estado democrático de direito.
Pedimos o seu apoio, essa luta é de todos! Lançamos a campanha #somostodosaggeo.
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João Wanderley Geraldi é reconhecido pesquisador da linguística brasileira e formou gerações de professores em nosso país. Há já alguns anos iniciou esta carreira de cronista-blogueiro e foi juntando mais leitores e colaboradores. O nome de seu blog vem de sua obra mais importante, Portos de Passagem, um verdadeiro marco em nossa Educação, ao lado de O texto na sala de aula, A aula como acontecimento, entre outros. Como pesquisador, é um dos mais reconhecidos intérpretes e divulgadores da Obra de Mikhail Bakhtin no Brasil, tendo publicado inúmeros livros e artigos sobre a teoria do autor russo.
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