A propaganda do coiso mostrou. O monstro se volta contra seus genitores e padrinhos, os ministros do STF, todos, sem escapatória… até seu amigo Alexandre Morais e seu serviçal Barroso entraram na dança. Suas excelências fizeram de tudo para que o país chegasse à situação de calamidade e susto em que estamos. As instituições jurídicas dançaram e bordaram à vontade, pensando que se salvariam prestando culto de vassalagem. Agora estão vendo na propaganda política a resposta de sua criatura: expostos ao ridículo, para no final aparecerem os dois salvadores da pátria, precisamente aqueles que o clube dos onze, sob a batuta e liderança de D. Carmen e D. Barroso tanto incensaram, tanto afagaram, tanto protegeram… houve até um deles, o D. Facchin que só faltou passar a mão em gesto de carinho na cabeça do juiz que os ameaça agora.
De nada adiantou serem obedientes, serem coniventes, não cumprirem a lei, não pautarem temas que poderiam prejudicar o fascista. O fascista não quer saber… o fascista não é grato… o fascista quer o poder todo e vocês, membros da casa da intolerância, pagarão o preço e o sangue que o fascista exigir. Bem feito!
Pensaram que o ódio, as impropriedades, os vitupérios, os xingamentos, as agressões, as tentativas e mesmo já um assassinato, tudo recairia somente sobre os negros, sobre os pobres, sobre a comunidade LGBTQ e sobre os “judeus” atuais, os petistas?
Não se engaram sozinhos, Excelências! Ninguém imaginaria que já no começo da propaganda, gratuita, data determinada por suas Excelências, num dia de feriado, assim sem ser instado, o fascista já mostraria a vocês, que foram poderosos até agora, sem sequer olhar para lei alguma julgando segundo os interesses de momento, qual tratamento merecerão! Seu futuro chefe, o juiz que já vinha ordenando o que vocês deviam ou não dizer, apareceu ao lado, imagem toda, para que saibam todos: não haverá judiciário no próximo governo que vocês cevaram… e com ele as coisas serão explícitas, nem precisarão de seu palavrório, seu latinório, seus arremedos de justiça.
A justiça será feita pelo Dr. Angélico, elevado ao cume da montanha pelo Coisa Ruim que vocês geraram, amamentaram, cevaram e que já está avisando: cagou e cagará solenemente na cabeça de vocês.
Não sobrará pedra sobre pedra das instituições que as democracias criaram ao longo de séculos… Pagaremos o preço todos juntos, incluindo suas Excelentíssimas Graças.
João Wanderley Geraldi é reconhecido pesquisador da linguística brasileira e formou gerações de professores em nosso país. Há já alguns anos iniciou esta carreira de cronista-blogueiro e foi juntando mais leitores e colaboradores. O nome de seu blog vem de sua obra mais importante, Portos de Passagem, um verdadeiro marco em nossa Educação, ao lado de O texto na sala de aula, A aula como acontecimento, entre outros. Como pesquisador, é um dos mais reconhecidos intérpretes e divulgadores da Obra de Mikhail Bakhtin no Brasil, tendo publicado inúmeros livros e artigos sobre a teoria do autor russo.
Como diz um extrato de um poema de Lacy Osório -poeta gaúcho já falecido- “Eu não como mas eles não dormem!”
Está ótimo o texto!!!