Na semana passada, desolado com o que estava acontecendo com a biblioteca de Nelly Novaes Coelho, lamentei aqui o descarte de um acervo que havia doado ao programa de pós-graduação da área, da UFES.
Tomei a providência de encaminhar o texto aqui publicado para o Prof. Dr. Luciano Vidon, com quem foi negociada a doação, e às Profas. Dras. Cláudia Gontijo e Cleonara Shwartz, que haviam acompanhado minha procura do acervo.
Foi com base na informação que recebi, quando no campus de Vitória, do colega Santinho, que escrevi sobre o descarte deste acervo. Afinal, eu procurava então uma tese de livre docência de Maria do Rosário Mortatti, para escrever um artigo que acabei não escrevendo. Na oportunidade, levado à sala de depósito, nada encontramos, mesmo estando eu acompanhado de uma funcionária da biblioteca, aliás, aquela que muitos anos foi a responsável pelo acervo e a quem devo agradecimentos.
O Prof. Luciano Vidon começou a procurar o acervo. E me mandou a seguinte mensagem, acompanhada de algumas fotos de caixas em que está acondicionado a acervo:
Luciano Vidon <pfvidon@gmail.com>;
Para:Joao W. Geraldi,Cleonara Schwartz,clammg@terra.com.br
18 de jan às 13:33
Caro prof. Wanderley, caras prof as. Cleonara e Cláudia,
Como eu havia dito, com base na palavra do bibliotecário Saulo, o material não foi descartado, como mostram também as fotos em anexo.
Segundo Saulo, o material começou a ser devidamente arquivado, conforme mostram as caixas amarelas, mas com a mudança da biblioteca e outras demandas esse trabalhou parou. Ele seria retomado com a alocação do material na nova biblioteca, como ele havia me falado há uns 2 anos, mas chegaram a conclusão que o espaço da nova biblioteca, que não é apenas da Letras, agora, mas de todos os programas de pós do Cohn, não comportaria o acervo, e, por isso, ele estava em stand by numa sala do ic2.
Como mostram as 3 primeiras fotos, estou transferindo todo o material para a sala do gebakh, meu grupo de pesquisa. Assim, fica mais fácil, para meus orientados e de outros pesquisadores que se interessarem a consulta por esse material. Formalizarei, junto ao meu departamento e ao centro, a realocação do acervo na sala do gebakh, deixando, claro, à disposição de quem quiser pesquisa-lo. Já poderia ou deveria ter feito isso, mas acreditava que o acervo voltaria a ficar na biblioteca setorial, o que parece estar mais difícil.
De todo modo, o importante é o reencontro do material, a festa de sua ressignificacao, como diria Bakhtin, o seu renascer para uma memória de futuro como ele muito merece.
Por fim, sobre as dissertação e tese da prrofa. Maria do Rosário, o Saulo ainda não conseguiu encontrá-las, porque, segundo ele, uma parte do material deveria e sereia doado ao centro de educação, mas parace que, por questões administrativas e burrocraticas, isso não aconteceu, e essa parte do material estaria em outra sala, que será acessada por ele nos próximos dias. Portanto, só poderei dar um feedback sobre ele após o retorno do Saulo.
Bom, é isso, estou claro mais aliviado agora, apesar de nunca ter aceitado a versão do Santinho, que foi muito irresponsável, na minha humilde opinião.
Grande abraço, fico à disposição para as eventuais duvidas.
Luciano
Fico feliz em saber que o acervo não foi descartado, como me informou o colega. E fico feliz que, graças a este imbróglio, ele foi localizado e vai agora diretamente para a sala de um grupo de pesquisa. Espero que se torne útil aos novos pesquisadores em formação.
João Wanderley Geraldi é reconhecido pesquisador da linguística brasileira e formou gerações de professores em nosso país. Há já alguns anos iniciou esta carreira de cronista-blogueiro e foi juntando mais leitores e colaboradores. O nome de seu blog vem de sua obra mais importante, Portos de Passagem, um verdadeiro marco em nossa Educação, ao lado de O texto na sala de aula, A aula como acontecimento, entre outros. Como pesquisador, é um dos mais reconhecidos intérpretes e divulgadores da Obra de Mikhail Bakhtin no Brasil, tendo publicado inúmeros livros e artigos sobre a teoria do autor russo.
Comentários