O senador Tasso Jereissati vem a público para uma confissão: o PSDB foi de roldão, caindo de erro em erro. Primeiro, dados os resultados das eleições de 2014, quis recontagem de votos, quis o escarcéu… e entrou inclusive no STF pedindo a cassação da chapa Dilma/Temer. Depois, o PSDB participou com seus votos, na Câmara e no Senado, na aprovação das chamadas pautas-bomba de Eduardo Cunha, mesmo quando os projetos eram contrários às pregações do PSDB. Ou seja, confessa o senador – que também votou a favor destes projetos – que os parlamentares do partido agiram contra o país e a favor da desestabilização do governo legitimamente eleito.
Deu no que deu: Dilma Rousseff não teve um segundo mandato. Impossível, depois do que aconteceu por iniciativa do PSDB! E o partido, por unanimidade, votou pelo impeachment… Não só, FHC, o vaidoso e invejoso estadista de Higienópolis, foi um dos cérebros do golpe praticado em 2016. José Serra foi afoito ao golpe! Dizem que atualmente está “fora da casinha” – parece que foi internado, porque nunca mais se ouviu uma palavra do dito cujo, o que aparece na imprensa é sempre alguma notícia de mais um arquivamento de mais um processo contra ele, tudo a cargo do amigo Gilmar Mendes. Aécio não é gato morto: age e age muito nas Minas para eleger seu Apostasia, apóstolo do golpe. E tem dinheiro, todos vimos as malas de dinheiro… e o processo, graças ao voto da comadre D. Carmen, foi para as calendas gregas, que D. Carmen não brinca em serviço, ainda mais na casa da In-tolerância que presidiu até poucos dias.
Pois agora vem o ex-presidente da sigla, afastado da presidência pelo nefasto Aécio Neves, confessar os erros… Mas como se sabe, confissão somente tem valor que houver arrependimento. Haverá? Pode haver de quem como o Tasso entrou no barco de má vontade, desde sempre. Mas nada pode ser garantido em relação aos mais plumados, de bicos mais longos (inclusive para abocanhar mais que os outros). Serra está na dele, esperando o momento oportuno para vazar… Se é que já não vazou para os braços da filha Mônica, feliz da vida com os arquivamentos de todos os processos. Netos e bisnetos estão garantidos com os dinheiros nos paraísos fiscais e nos negócios da filha!
Mas eu torço e faço figa: ainda queria ver o FHC, o invejoso, o vaidoso, pedir votos no segundo turno para o representante do fascismo. Seria o coroamento da obra do príncipe dos sociólogos, aquele que pensou que realmente era príncipe de alguma coisa: depois de mandar todo mundo esquecer o que havia escrito, agora poderá nos brindar com mais esta façanha: pedir votos e entregar santinhos do inominável, do acamado, do esfaqueado, do armado candidato da extrema direita, para onde nadou e continua nadando o Sr. Fernando Henrique Cardoso.
Ah! E para não dizerem que não falei das flores
Que entrevista aquela de sexta no JN! Não assisti porque não gosto de cachorros pittbull, e o pittbonner daria por lá suas acuadas e suas mordidas. Se saiu mal… se saiu mal… E olha que usou, junto com a parceira, quase todo o tempo da entrevista para falar contra o entrevistado e externar suas posições, afinal ele acha que o povo ainda não compreendeu o programa e governo da Globo para o Brasil. Então precisava de tempo para defendê-lo! Falou o que quis, ouviu o que não quis e teve que pedir desculpas pelo mau hábito de fazer manchetes mentirosas, escolhendo verbos do tipo “oscilou” em vez de “cresceu”, porque não admite que estejam, ele e seus comparsas, perdendo para o povo que tanto tentaram doutrinar!!!
Agora, é torcer para que o Haddad, eleito presidente, não cometa o erro da Dilma de lhe dar uma entrevista exclusiva..
João Wanderley Geraldi é reconhecido pesquisador da linguística brasileira e formou gerações de professores em nosso país. Há já alguns anos iniciou esta carreira de cronista-blogueiro e foi juntando mais leitores e colaboradores. O nome de seu blog vem de sua obra mais importante, Portos de Passagem, um verdadeiro marco em nossa Educação, ao lado de O texto na sala de aula, A aula como acontecimento, entre outros. Como pesquisador, é um dos mais reconhecidos intérpretes e divulgadores da Obra de Mikhail Bakhtin no Brasil, tendo publicado inúmeros livros e artigos sobre a teoria do autor russo.
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