Passagens
o blog do Wanderley GeraldiTodas as almas, de Javier Marías
A orelha do livro nos informa que este romance remete aos dois anos que o autor ensinou em Oxford. Pode ser, mas certamente o enredo não é um relato sobre o vivido, muito embora o ponto de vista da narrativa seja o da primeira pessoa, em que aparece um narrador não...
Da liberdade ao direito à expressão: hegemonias e subalternidades (1)
... diante de uma produção racionalizada, expansionista, centralizada, espetacular e barulhenta, posta-se uma produção de tipo totalmente diverso, qualificada como “consumo”, que tem como característica suas...
A valsa
Leio um texto que me deixa confortável na minha/nossa tristeza: é isso! Um texto para não se fazer nada, ou quem sabe chorar ao seu fim, e compartilhar com os amigos dizendo-lhes para não se preocupar, que tudo vai passar. É um bom texto. Insaciavelmente, durante o...
Mentiras e trapaças – Até quando ?
Vivemos e constituímos uma sociedade capitalista neoliberal contemporânea de assustadora inquietação social e instabilidade política. Uma sociedade onde e tudo – absolutamente tudo – inclusive os crimes e as doenças, é mercantilizado e monetizado. Isto é, produz...
Do desejo, de Hilda Hist
Quem és? Perguntei ao desejo. Respondeu: lava. Depois pó. Depois nada. I Porque há desejo em mim, é tudo cintilância. Antes, o cotidiano era um pensar alturas Buscando Aquele Outro decantado Surdo à minha humana ladradora. Visgo e suor, pois nunca se faziam. Hoje, de...
Réquiem para a Floresta/Canção para Chico Mendes, Gervásio Teixeira e Dalva Lazaroni
Na introdução deste livro, René Capriles diz que “a um morto não pode se lhe exigir silêncio, ele brada das profundezas do insondável a sua mensagem cotidiana superando os limites do tempo e das gerações. Cabe aos artistas interpretar esse grito”. Aqui dois artistas...
Labuta de fala, labuta de leitura, labuta de escrita(1)
Todos los escritores son ciegos – en sentido alegórico a la Kafka – no pueden ver sus manuscritos. Necesitan la mirada de otro. Una mujer amada que lea desde otro lugar pero con sus propios ojos. No hay forma de leer los propios textos sino es bajo los ojos de otro....
Sugestão indigesta
Outro dia que não hoje uma amiga pediu-me que escrevesse sobre mulheres, sobretudo mulheres negras, eu penso que é preciso escrever muito sobre esse assunto, mas de pequena me ensinaram a não “futucar” as feridas, de modo que a escrita sobre mulheres negras está em...
ÚLTIMA MEDIDA PROVISÓRIA: “COCÔ DIA SIM, DIA NÃO”
Queiramos ou não queiramos, pelo bem ou pelo mal, o governo Bolsonaro é um resultado, um produto histórico de todos nós. Bem ou mal, Bolsonaro foi eleito, embora em processo eleitoral democrático trapaceiro conspurcado pela ambição desmedida. A poderosa elite do...
Agora cresci, de Jacques Prévert
Criança vivi divertidamente ria sem parar todos os dias ria sem parar no duro e depois vinha uma tristeza de tal modo triste algumas vezes junto com ela a alegria Então me julgava desesperado Na verdade não tinha mais esperança nada tinha além de estar vivo estava...
O povo do mar e dos ventos antigos, de Wilson Rio Apa
O povo do mar e dos ventos antigos, de Wilson Rio Apa Este é o primeiro volume do que surgiu como trilogia e se tornou uma tetralogia, com o quarto volume publicado pela Secretaria de Cultura do Paraná: Os vivos e os mortos. No entanto, nem é necessário ler todos os...
Ingo Voese: notas biográficas & lembranças de convívio (1)
Ingo Voese nasceu em 25 de maio de 1940, em Santa Cruz do Sul, filho de descendentes de imigrantes alemães. Ainda que terceira geração de imigrantes, sua língua materna foi o alemão, que dominou fluentemente em toda sua vida. Seus pais, Sr. Ervino Voese e Sra. Lúcia...