Passagens

o blog do Wanderley Geraldi
Não se fala antes dos generais

Não se fala antes dos generais

No reino dos corvos, o Corvo Bolso convocou uma reunião em seu palácio. Não compareceu nenhum dos príncipes herdeiros, o que transformou a reunião em mero convescote porque nenhum dos que tem poder de decisão e veto se fez presente por engano lamentável do protocolo...

Previdência: tempo de aquilombar

Previdência: tempo de aquilombar

Enfim, chegamos ao lugar comum. Explico-me sem grandes pretensões, o que não significa que não tenha cá meus objetivos. É sobre previdência que tratarei hoje.  E como sou leiga no assunto posso falar sobre expectativas que passei a nutrir sobre o assunto, desde que...

O relógio, de Carlos Drummond de Andrade

O relógio, de Carlos Drummond de Andrade

Nenhum igual àquele.   A hora no bolso do colete é furtiva, a hora na parede da sala é calma, a hora na incidência da luz é silenciosa.   Mas a hora no relógio da Matriz é grave como a consciência.   E repete. Repete.   Impossível dormir, se não a...

Nove Noites, de Bernardo Carvalho

Nove Noites, de Bernardo Carvalho

O carioca Bernardo Carvalho é um colecionador de merecidos prêmios. Este Nove Noites recebeu o prêmio Portugal Telecom 2003. Desde as primeiras páginas, este livro enreda o leitor numa investigação iniciada 62 anos depois dos fatos. O fato: o etnólogo – às vezes...

Meia verdade e muitas mentiras

Meia verdade e muitas mentiras

Ninguém larga a mão de ninguém, exceto algumas. Existem mãos, e corpos que nunca foram vistos. Eles precisam mesmo ser invisíveis desde sempre para não causar constrangimento: uma criança tão nova que pede nas ruas, uma mãe tão sacrificada nos afazeres domésticos de...

A PIOR IDADE – QUAL? “A MELHOR IDADE – EXISTE?

A PIOR IDADE – QUAL? “A MELHOR IDADE – EXISTE?

  “Agora tenho saudade do que não fui”. Manoel de Barros, invenção genial. A matemática da vida – da idade – é a matemática mortal da lei “soma zero”! Cada ano que passa somado aos anos já vividos é um ano subtraído dos anos a viver. A lógica é fácil: a cada ano...

Os corvos que nos visitam

Os corvos que nos visitam

Assim. De repente. Apareceram como bando e pousaram nas areias da praia. Mesmo apurando o olfato, nenhum indício do que procuram os corvos. É comum que apareçam quando o mar se embrabece e joga para a praia um peixe mais graúdo. O peixe morre afogado no seco; não sei...

A mão, de Carlos Drummond de Andrade

A mão, de Carlos Drummond de Andrade

Entre o cafezal e o sonho o garoto pinta uma estrela dourada na parede da capela, e nada mais resiste à mão pintora. A mão cresce e pinta o que não é para ser pintado mas sofrido. A mão está sempre compondo módul-murmurando o que escapou à fadiga da Criação e revê...

Intriga e amor, de Friedrich Schiller

Intriga e amor, de Friedrich Schiller

Esta foi a terceira peça de teatro do dramaturgo alemão Friedrich Schiller, datada de 1784. Não fosse um posfácio de Mário Luiz Frungillo, na edição que manuseio, o leitor contemporâneo perderia muitas das críticas mordazes que faz o autor à situação do absolutismo...

Depois do ‘show’, como encontrar encantamento?

Depois do ‘show’, como encontrar encantamento?

A vida é um tecido misturado ou alternativo de prosa e poesia. Pode-se chamar prosa às atividades práticas, técnicas e materiais que são necessárias à existência. Pode-se chamar poesia ao que nos põe num estado segundo: primeiro a própria poesia, depois a música, a...