O primeiro e o segundo homem, de Sérgio Jacaré

                                                        *(com um carta inédita do autor)

Neste volume em que o escritor gaúcho reúne seus contos, Luiz Sérgio Metz assume oficialmente seu apelido, assinando-o como “Jacaré”. E mesmo que os livros posteriores, publicados depois de sua morte (prematura, aos 43 anos, em 1996), como Terra Adentro e A Usina do Gasômetro estampem o nome completo do autor, para quem o conheceu, ele será sempre o Jaca. E como Luís Augusto Fischer intitula o “verbete” que lhe dedica – Com saudade do Jaca – no livro em que apresenta 30 perfis de escritores heterodoxos [Coruja, Qorpo-Santo & Jacaré, L&PM Editores,2013] , todos temos saudades do Jaca.

O conjunto de contos que compõe O primeiro e o segundo homem tem apresentação do grande escritor gaúcho Cyro Martins que sublinha “a polpa sumarenta de realidade humana” das personagens destes contos. De fato, em cada conto há um gosto da terra, neste amor por sua gente e pelo seu espaço, tão próprio do Jaca.

Apresento a seguir cada um dos contos, num resumo que não lhes faz justiça mas que espero agucem a curiosidade para buscarem esta “polpa sumarenta” para se deliciarem e se angustiarem com a vida que o autor nos mostra.

O neto do Senhor.

O céu dá um intenso sinal de Luz Azul, num ritmo erótico: acontece que Cristo se apaixonara por uma jovem bugra missioneira, de nome Maria, “cujo rosto era também dois olhos poentes que espalhavam ao corpo notícias de peixe, de pão e de vinho”. E Cristo decide imitar seu pai, dar à terra seu Primeiro Filho. O tempo corre, chega a Primavera e Maria tem seu último aviso em sonho na barca. Prepara-se. Às três da madrugada, em São Miguel, a Luz Azul “desencobrindo-se das nuvens, desvencilhando-se, avançando mais até o êxtase junto à janela de Maria. Maria retirou o manto. A Luz tocou-a. […] percorreu as superfícies morenas e delas fez o Salmo. Da pele fez o aroma e das ideias fez o Cântico.” E Maria ficou olhando para o alto: “Lá onde têm origem e fim as convergências de todos os infinitos”. E quando o vento Minuano dela se despediu, disse: “Vai se chamar Tiaraju, como Ele”.

Ulpiano, seus irmãos e sua velha mãe.

O narrador instala-se à margem esquerda do Rio Piquiri para ver passar a família de Ulpiano Arrido que decidira sair da terra e ir para a cidade. Aguarda que apareçam na curva da estrada, compartilhando com todos os outros vizinhos a pergunta de como seria a vida dos Arrido na cidade. Trata-se aqui de um tema típico da passagem do velho mundo dos grotões para a modernidade urbanizada daqueles que o abandonaram. Telúrico, agarrado à terra, o narrador

Tinha pensado primeiramente em dissuadir Ulpiano e sua família de se ir embora. Mas depois, pensei bem… Conclui que os Arrido tinham esse direito. De qualquer forma, não sairiam nunca desta envelopada miséira que vem do fundo dos tempos. Eles estavam dispostos a abandonar tudo e seria pouco moderno tentar mantê-los neste eterno entrar e sair de sol. […] A cidade é o céu ao feitio do homem, e a claridade das ruas à noite é patrimônio também dos que dela nunca usufruíram.

Quando os Arrido cruzam com o narrador, este nada consegue dizer de tudo o que pensara como persuasão para mantê-los na terra. E o diálogo será curto. Ulpiano lhe pergunta se está indo pescar, e ele responde que se prepara. E recebe a última fala:

– “É bem bom pescar, sim senhor…”

[Nota: Ao ler este conto não pude deixar de lembrar uma velha carta que ainda tenho comigo que me mandou o Jaca no primeiro semestre de 1980, quando eu e família preparávamos nossas malas para sairmos do Rio Grande do Sul, e virmos trabalhar na Unicamp, em Campinas. Ele apresentava inúmeros argumentos tentando me dissuadir de sair do nosso estado, de “vir para o estrangeiro”. Como sei desta alma telúrica do Jacaré, sei também que a história de Ulpiano se inspira nas inúmeras histórias de migrações: rural/urbano; urbano/urbano; de um estado a outro da federação.]

A nica joga.

Este conto somente compreenderá quem já jogou bolita (bolinha de gude). Bolitas tilintando no bolso. Mas entre elas ou delas separada para um lugar especial estava a “nica joga” ou “a joga”, principal, aquela com que se ganha ou perde e que, se  perdida, faz a angústia e o desespero do jogador, além de deixa-lo mal junto aos companheiros. Neste conto, o narrador perde sua “nica joga” para um adversário implacável!

Chamava-a com outros nomes: leiteira, pois tinha quando nova uma listra de nata. Chamava-a pioquinha, embora sendo de tamanho médio, mas o carinho assim me sugeria. Quando envelheceu e carunchou-se de tanto levar secas, chamei-a agdazinha. Dirigia-me a ela, em casos extremos, chamando-a de micapuxa, pois era a última e me socorreria quando minha mira falhasse. […]

Aposteia-a. Ela levou um estouro sólido, perdi-a. A terra incrustrada no nó dos dedos, os joelhos gastos, o bolso fundo e vazio. Voltar para casa, passar pela pena d’água pública com meu sobretudo de gabardine marrom e sujo. Ouvir reclamações em casa que vou mal nos estudos, que nunca pego um caderno, que já não vou ao catecismo.

O alarido do jogo retido na cabeça. Aquele silêncio agônico dos jogadores, a inclemência do ganhador, o frio gelado de respeito dos meus amigos, como a um que morresse para sempre. O jogo para eles continuaria, até o mais puro esquecimento.

Fica algum tempo sem jogar, até que um amigo aparece com ela, e lhe “dá de presente”, gesto maior de amizade. Encomenda mais bolitas da Argentina, donde vinham as melhores…

A noite da Boiguaçu.

Aqui o narrador Tatuim está numa mesa de bolicho, bebendo com um turista. “O poncho encharcado de chuva – por debaixo vinha o Gomes só com a cabeça de fora”. Gomes entra, senta-se junto à janela e nesta posição é alvejado por um tiro vindo da escuridão.  Tatuim diz ao turista: “não olhe o corpo”. Ouvido o tiro, vem o irmão do morto, e por sua boca se fica sabendo a razão do crime: o irmão morto havia denunciado um roubo de soja. O clima é pesado, mas Tatuim narra ao turista de São Miguel a história da Cobra Grande, a Boiguaçu, a quem eram sacrificadas os filhos dos índios na guerra de 1750. Ela teria permanecido lá, na torre da igreja: em noites de chuvaral os raios clareiam a janelinha – são os olhos da Boiguaçu!

O Gomes vivo bebia. Organiza com o bolicheiro a retirada do cadáver do irmão, mas eis que chega novo cavaleiro ao bolicho:

O cavaleiro enxugou Gomes num olhar que vale uma filosofia. O do violão fez um gesto com a boca, logo desfez. Tentou levar a boca à posição normal, mas os lábios mostraram-se irredutíveis, até a boca atrapalhava. O cavaleiro manteve o olhar seco no Gomes. Tatuim quebrou, adiou, a desventura do Gomes.

Supostamente o cavaleiro e o Gomes vivo se entenderam: o cavaleiro levaria o corpo do irmão morto em seu cavalo… mas o Gomes pegou sua faca e saltou sobre o cavaleiro, que numa negaça conseguiu se safar do golpe e sob o poncho a mão do cavaleiro não vacilou. “…os dois Gomes não nasceram para semente. Tatuim olhou perdido para o turista. O turista estava parecia uma vela”.

O primeiro e o segundo homem.

Aqui o narrador com outros curiosos assistem uma luta de morte nos trilhos do trem. Escondendo-se nas macegas, viram quando o primeiro homem chegou, escondendo a faca do brilho da lua; o segundo homem também chegou tenso. Ambos usaram as chairas, afiando suas facas. A luta começa:

… as faíscas, que pulavam das lâminas entrechocadas, pareciam encandear os dois homens, mantendo-os debaixo do fogo de um esmeril. Em cruzadas sequentes, o mesmo artifício tenaz de defesa e ataque, ampliara a crueza desse espetáculo, transformando-os em dois ágeis pomos de fogo.

Atingido no braço, assim mesmo o Primeiro Homem consegue atingir o adversário enterrando a faca no ventre do Segundo Homem. Ele arqueia, como se em reverência. O Segundo Homem tira sua camisa, tenta estancar a hemorragia, reage em ataque às cegas, o Primeiro Homem caiu, e antes mesmo que estivesse no chão, a faca lhe transpassa a garganta. A lua escondeu-se; no macegal, ressoou um grito “caramba!” Como disse Cyro Martins na apresentação, parece que estes dois homens nasceram apenas para se matarem.

A cadela e o guri.

Este conto curto focaliza a vida miserável, de ladrões e de catadores de utilidades no lixão. Um destes miseráveis que somente aparecia pelo lixão quando suas outras formas de sobrevida lhe falhavam. Ia infeliz. Dá um coice na cadela de um menino que também catava a vida nas sobras. A cadela estava grávida. O guri volta para casa, mãe e pai se revoltam. Todos aguardam alguma forma de desfecho. O guri deixou de aparecer no lixão, onde a vida continuava em seu ritmo marcado pela chegada dos caminhões:

No lixo as crianças pulavam de monte em monte à procura de novidades. O mosquedo revoando junto às vacas que mascavam revistas. A zunideira ganhava força quando os caminhões viravam suas caçambas e o cacaredo descia deslizando a formar novos montes de surpresas. […] No fim dos dias, formavam filas ou procissões, sacos nas costas, seguiram para as vilas.

E o dia da vingança chegou. O pai do guri foi ao lixo. “Tudo silenciou e o silêncio foi curto”. Com um cano, o pai feriu o rapaz do coice. Este urrou e reagiu com sua faca pedindo sangue. E o sangue veio: “o pontaço foi sem volta, na femural”. O grito, irreparável, o suspiro: agônico. A cadela deu mais um uivo. “O guri ficou com um brilho violento nos olhos que se perdiam na imensidão dos montes de lixo”.

A cordilheira e o vento.

No final de um dia simples, encontram-se amigos para o gole de cachaça na casa de Belizário. Os amigos foram chegando para ouvir os causos que o dono da casa contava. E logo vem o caso, de uma caçada de tatu quando Belizário ainda era piazito. Seguiram em caça com os cachorros, subiram a cordilheira, conseguiram pegar uma macaiera enorme, mas o tatu estava frio… Mesmo atônito, o piazito enterrou a faca que lhe deu o companheiro no pescoço do bicho. Imediatamente rebenta uma ventania, vendaval medonho derrubando árvores e o vento uivando. Belizário desmaiou de pavor. Florismundo o carregou para baixo. Depois de contado o causo, decidem todos eles irem caçar tatu naquela noite. Acontece que o taipeiro, sempre arredio, considerava que todos temiam andar com ele, que o tomavam como um monstro. Na caminhada, examina-se na lâmina de sua pá e vê que sua mão não se reproduzia; na lâmina vê uma garra que imagina ser sua. Pensa que está se transformando em um tatu monstro como o do causo que ouvira.

Correu em desatino à mão pelo corpo e os dedos lhe deram conta que sua carne era uma casca de macaiera. Atirou a pá no vazio da encosta e precipitou-se a correr pelo pedregulho na mesma direção. No primeiro lance de voo ainda lúcido, temeu pelos acôos dos cachorros que o estraçalhariam, pela faca de Belizário que se enterraria em seu pescoço…

Lucinho, o inventor de passarinhos.

Desde bebê, Lucinho ouve o som dos passarinhos de dentro do berço, o canto que vem pela janela. Era o canto da Juriti. Seu encantamento com os pássaros leva seu pai a trazer-lhe de presente de uma viagem apitos que imitavam canto de pássaros. Usa um e outro apito, escondido. O menino procura que procura mas não encontra o pássaro que canta. No almoço daquele dia, o pai lhe mostrou os sete apitos e imitou as aves. Todas as cenas deste conto envolvem pássaros. Diferentes pássaros e diferentes cantos. Mas ‘havia’ um pássaro no céu, distante: “uma ave azul que não era o azulão, que não era o noivinho, que não era ninguém”. Da terra, Lucinho o chama com seu apito fazendo assim

– Pufiu-pufiu-pufiu-pufiu-fiu-fiu-fiu-fiu-fiu…

E o pássaro veio, baixou sentou calmamente. Lucinho deu-lhe o nome de Fonfini… Numa viagem com o pai, começa a ouvir o canto de outro pássaro, seu amigo. Era a primeira vez que ouvia seu pássaro cantar estando ele junto com outros. Chama atenção do pai, dizendo que quem cantava no céu era Avud-Mouro!!! Mas o pai nada ouvia, nada via. E começa o menino a usar seus apitos, para que o pai adivinhe o canto. A cada som, um nome de pássaro. Mas quando Lucinho chega ao “pufiu-pufiu…” o pai diz que não sabe que pássaro é este. O filho lhe conta então de Fonfini… E enquanto isso acontecia na terra

O Avud-Mouro lá no céu fazia arruaças com suas asas e penas. A cada apito balançava-se nas doces cordas do vento e desgovernava-se em direção à aranha. Depois subia, subia para o mais alto ponto do céu.

Almas arrabaleiras.

Narrativas “puebleras” são curtos contos que em cenas exploram os mais diversos sentimentos humanos de personagens que vivem nos subúrbios, nos “Pueblos”. O neologismo “arrabaleiras” que aparece aqui no título tem como radical o mesmo que corresponde à palavra “arrabalde”: periferias, subúrbios… Em espanhol, a palavra é “arrabal”, donde “arrabaleiras”. Aqui, o narrador abre afirmando: “Os enredos do tempo, disfarçados em claridade, têm me dado palmos de escuridão sempre mais espessos”. Esta minha chave de leitura deste conto espetacular: descobrir que a claridade esconde a escuridão…

A personagem central é Andejo Caiãn, o bugre matemático: ele faz as contas do câmbio, da troca de moedas, num mundo em que o contrabando corre mais ou menos solto: “Os maltrapilhos frequentavam sua casa de câmbio e depositavam no bugre e suas contas uma fieldade cristã”. Ele despacha no “ponto social irrefutável a todas as mulheres que buscassem compreender o mundo”: a Pena d’Água. E entre as mulheres, Inácia Maria, mulher de brigadiano: seu aparecimento levava Andejo a debruçar-se sobre seus cadernos e seus cálculos…  Certo dia chega para consulta Anastácio Antunes, o degolador preto. Quer que Andejo avalie uma faca de prata. Andejo diz que somente sabe câmbio, incapaz de avaliar arma. Seguidamente usava uma “moeda” que ninguém sabia o que era: o maravédis. E Andejo desconversava, e Antunes insistia. De repente, o cambista lhe diz: “No céu entenderás os maravédis”. Falar no “céu” é também falar em morte… e Antunes que saber como descobriu o triângulo amoroso entre o brigadiano (polícia militar no RS), o marido traído, Inácia Maria e Antunes… Andejo lhe responde: ela perguntou de ti quando enchia o balde. Antunes lhe encomenda a morte do brigadiano. Andejo recusa. A seguir, vai Antunes à casa do narrador, o menino que tudo observa: seu pai havia sido morto pela guarda costeira, quando cruzava o rio Uruguai com sua carga de pneus. Oferece ao filho do falecido Valdelírio sua paternidade, seu apoio a qualquer necessidade. Por seu turno, também o brigadiano consulta o narrador. Seu pai havia sido seu confidente. Havia rusgas entre o marido e a mulher Inácia Maria. Da rusga para a ‘peleia’ em que morrem o marido traído e o amante. Andejo aplica em Inácia Maria uma surra pública… e o narrador arruma seus ‘mijados’ e monta no cavalo de Anastácio Antunes no rumo de Santo Isidro (Argentina) onde está enterrado seu pai: é a busca do infinito para além do arrabalde de Pena d’Água.

Uma análise deste conto é apresentada por Renato José Bittencourt Gomes, em sua dissertação de mestrado em que estuda uma obra de Tabajara Ruas, porque também esta estaria entre as narrativas “puebleras”, em que o elemento líquido aparece. Em Jacaré, a Pena d’Água; em Tabajara, o rio Uruguai que separa as cidades de Uruguaiana (Brasil) e Paso de los Libres Argentina). Escreve Gomes:

No título do conto, o adjetivo arrabaleiras certamente está muito próximo de puebleros e temos no seu enredo alguns elementos que coincidem quase que pontualmente com elementos do enredo de Perseguição e Cerco. Temos no conto de Metz:

  • um triângulo amoroso que envolve um policial;
  • a sobrevivência à custa do contrabando;
  • um narrador que recorda um ente querido (no caso, o pai) que era contrabandista e foi morto pela polícia;
  • o impulso do narrador para sair em busca de seu destino, seu desejo de sair para o mundo;
  • o elemento líquido (na Pena d‟Água onde as mulheres iam encher seus baldes e na chuva que cobre os últimos parágrafos).

Nesse conto de Metz, Andejo Caiãn, o “bugre matemático”, auxiliava as pessoas do lugar calculando o câmbio das moedas: “Quando o contrabando de farinha e azeite assumiu força de hábito nas missões, Andejo passou do dia para a noite à condição de matemático.” (METZ, 2001, p. 91)

(Renato J. B. Gomes, A bênção de um anjo formoso e cruel. O pampa líquido de um certo Juvêncio Gutierrez. Dissertação de mestrado em Estudos Literários, UFPR, 2009)

Em toda esta minha apresentação, há uma falta – a presença forte do narrador-personagem neste conto. E também uma espécie de ‘confissão’ do narrador, que narra lembranças, como se pode ver nesta passagem, no começo da parte denominada As ruas:

Recordo. Quando o sol fende o cálice de vermute sobre a mesa branca é porque vem me chegando vagarosamente as notícias de Pena D’Água. Não as peço, tampouco as evito. Há vinte anos ela foi destruída. A enorme pedra grés há vinte anos foi destruída. Olho demoradamente para o cálice de vermute aberto ao meio pelo corte do sol. Misturo a ele o negror botânico do biter e de nada me esqueço, embora mude a cor do cálice e do sol. Nesses dias a melancolia esfola com suas legendas e trilhas. Pede-me que seja o réu em sua devassa. Abre o expediente de um magnífico inquérito e me arrola de mil maneiras. No centro de seus juízos, eximo-me do cálice, do bar, da mesa e sigo seus turbantes velozes sem pedir apartes.

Quem diz isso é um narrador, que não é o mesmo filho do assassinado Valdelírio que tomou o rumo de Santo Isidro… Este é um outro narrador (o Jaca?) que narra tudo, incluindo o que supostamente estaria narrando a história.

Referência. Sérgio Jacaré. O primeiro e o segundo homem. Porto Alegre ; Martins Livreiro-Editor, 1981.

João Wanderley Geraldi é reconhecido pesquisador da linguística brasileira e formou gerações de professores em nosso país. Há já alguns anos iniciou esta carreira de cronista-blogueiro e foi juntando mais leitores e colaboradores. O nome de seu blog vem de sua obra mais importante, Portos de Passagem, um verdadeiro marco em nossa Educação, ao lado de O texto na sala de aula, A aula como acontecimento, entre outros. Como pesquisador, é um dos mais reconhecidos intérpretes e divulgadores da Obra de Mikhail Bakhtin no Brasil, tendo publicado inúmeros livros e artigos sobre a teoria do autor russo.