É, temos mais um fim de ano pela frente e, pior ainda, um novo ano que se iniciará sob a custódia da política policial e investigativa de Sérgio Moro, para onde seguirão todos os problemas porque afinal de contas, tudo é uma questão de polícia.
Claro, uma questão de polícia para alguns. Para outros, é uma questão de internação. O MP, tão cioso de seus direitos, submete-se à agenda do motorista Queiroz segundo a vontade das costas que lhe são quentes. Ele não aparecer para explicar as movimentações muito, mas muito acima de sua renda, não quer dizer nada. O que quer dizer, mesmo, é sua displicência para com um poder que desta forma se mostra menor do que gostaria que cressem. E muito pior ainda é deixar os patrões a pé!!! Não comparecer ao serviço de que foi dispensado quando, antes das eleições, já se soube destes valores, fato que ficou bem escondidinho como convém ao Partido do Judiciário.
Cresce a compreensão do arbítrio: é um Queiroz para cá, e um Toffoli para lá. Este, diga-se de passagem, perdeu por completo a vergonha de ser um subcomandante de um poder. Qualquer traque do comandante, ele corre para atender, prestimoso eterno, se perguntando “o que mais devo fazer para mostrar que não sou petista, que somente fui indicado por Lula apesar do meu sabido despreparo para as lides supremas?” Que São Gilmar o acuda!
E tudo se faz em nome da “institucionalidade” que se rompe, rompendo as leis. Ou as leis foram rompidas, ou o ministro Marco Aurélio é um ignorante porque declarou que o Subcomandante do STF não poderia revogar sua decisão monocrática. Um dos dois está errado na interpretação da constituição e do regimento do STF. Que é um lei, diga-se de passagem. Mas para que leis, se há comando?
O ano termina triste, como triste começou. A minha única curiosidade a partir da posse de Bolsonaro será o destino do Sr. traidor e golpista Michel Temer. E uma preocupação enorme: que será do emprego de assessora da presidência da babá do Michelzinho? “A bela, recatada e do lar” perderá a serviçal?
Esperemos os próximos capítulos deste filme de horrores…
João Wanderley Geraldi é reconhecido pesquisador da linguística brasileira e formou gerações de professores em nosso país. Há já alguns anos iniciou esta carreira de cronista-blogueiro e foi juntando mais leitores e colaboradores. O nome de seu blog vem de sua obra mais importante, Portos de Passagem, um verdadeiro marco em nossa Educação, ao lado de O texto na sala de aula, A aula como acontecimento, entre outros. Como pesquisador, é um dos mais reconhecidos intérpretes e divulgadores da Obra de Mikhail Bakhtin no Brasil, tendo publicado inúmeros livros e artigos sobre a teoria do autor russo.
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