Michel e Carmen: visitas íntimas são legais

Quem diria! Todo mundo pensando que os problemas urinários e bixigais de Michel Temer eram consequência da implantação de uma prótese para dar conta da “bela, recatada e do lar”, e eis que o dito cujo visita a dita suprema cuja. Para tratar de um bingo beneficente, é claro. Não se falou em investigações.

A mesma visitada que não quer porque não quer, e isto é argumento suficiente, rediscutir a prisão antes de sentença transitada em julgado, esta mesma suprema recebe o supremo mandatário para um conversê que deve ter sido animado.

Afinal, outro ministro mandou que Michel Temer fosse investigado, o que considero injusto. Afinal, por jurisprudência da mesma corte presidida pela dita suprema cuja há que consultar a Câmara ou o Senado, para que seja autorizada a investigação. E a Câmara autorizou a investigação contra Eduardo Cunha, que já tinha prestado o serviço encomendado pelo partido do judiciário; mas o Senado recusou autorização para investigar o membro do partido aliado, o PSDB, cujos denunciados jamais serão investigados porque “não vem ao caso” para o partido do judiciário.

E Michel Temer foi fazer uma visita íntima. Afinal, ele deveria ter no mínimo a mesma consideração que deram ao Aécio Neves… Um presidente só pode ser investigado se o Congresso Nacional permitir… mas no tribunal do sr. Fachin, isto pode não ser necessário.

D. Carmen terá que intervir: afinal, o Michel, o pai do Michelzinho, ainda não entregou todo o serviço encomendado pelo partido que ela preside!!! Tome tento, D. Carmen, providencie para que as visitas íntimas possam ter continuidade. E se torne realidade o que por enquanto é charge, as duas caras dos íntimos formando uma só cara, a cara do Brasil de hoje: metade Michel, metade Carmen, na bela montagem de Genildo.

João Wanderley Geraldi é reconhecido pesquisador da linguística brasileira e formou gerações de professores em nosso país. Há já alguns anos iniciou esta carreira de cronista-blogueiro e foi juntando mais leitores e colaboradores. O nome de seu blog vem de sua obra mais importante, Portos de Passagem, um verdadeiro marco em nossa Educação, ao lado de O texto na sala de aula, A aula como acontecimento, entre outros. Como pesquisador, é um dos mais reconhecidos intérpretes e divulgadores da Obra de Mikhail Bakhtin no Brasil, tendo publicado inúmeros livros e artigos sobre a teoria do autor russo.