Lewandowski peita, Moro flata. Um com a lei, outro sem provas 

Não tem jeito mesmo. Quando Lewandowski peita o Luiz Fux e o presidentinho da STF, o senhor Dias Toffoli, tão seguro com a decisão de “presidente da corte” assumida por seu vice enquanto ele estava no país (vai ser assim descartado a torto e a direito lá na casa do… ), nosso Dr. Angélico não aguenta mais ver somente cair seu prestígio. Libera trechos da delação premiada – que ele não aceitou porque o delator não tinha provas a apresentar – de Antonio FDP Malocci, este misto de Pedro Malan, o neoliberal, com maluco italianado.

Ou seja, o Dr. Angélico não aceitou a delação premiada do dito cujo porque ele não tinha qualquer prova; a PF firmou o acordo de delação e encaminhou ao juiz o depoimento (o depoimento é a prova, como se sabe, na longa vara de Sérgio Moro). Agora, o nosso juiz aceitou a “verdade sem provas” e fez publicar para assim interferir, de alguma forma, nos resultados eleitorais.

Seria a outra bala de prata?  Como tudo indica que a bala Adélio Bispo Oliveira não vai dar certo, já que até o atestado de insanidade mental já foi tornado público, tornou-se necessária outra bala, feita às pressas e para isso serviu o depoimento de Malocci. A imprensa tratará tudo como “verdade provada” sem fazer qualquer referência à falta de provas para as afirmações que fez o ex-ministro, ex-prefeito envolvido com o escândalo do recolhimento de lixo na cidade de Ribeirão Preto.

Até uma criança consegue entender o que eles querem esconder: afirma o depoente que quando Lula perguntava quem era o responsável pela nomeação dos diretores corruptos da Petrobrás, o ilibado Palocci respondia que era o Lula… Santa Paciência!!! Todo mundo sabe que as indicações eram políticas, e que a nomeação, obviamente, passava pela Presidência da República e pelo Conselho Administrativo da Petrobrás… O falso e farsante ministro respondia, segundo o que diz de boca cheia a TV golpista, que o responsável era o Lula!!! Isto está igual à declaração de Leo Pinheiro: quando assumi o negócio, me disseram que o apartamento estava destinado ao Presidente… Vai tudo do mesmo jeito, no mesmo feitio. Mas serve para os interesses.

Acontece, Dr. Angélico, que os votos não irão para seu candidato e para o seu partido, o PSDB… Não adianta mais. Claro que vocês querem o seguinte raciocínio do eleitor:

  1. Haddad é o candidato do Lula
  2. O Lula foi o responsável pela roubalheira na Petrobrás (que no período teve 26 bi d lucro por ano!)
  3. Então o Haddad é ladrão.

Mas vocês também querem o seguinte raciocínio para que os votos sejam endereçados ao Geraldo Alckmin

  1. O Aécio Neves é ladrão
  2. O Geraldo é do mesmo partido
  3. Mas o Geraldo não é ladrão.

O silogismo que vale para Haddad, não pode valer para o Geraldo, o santo de pau-oco. A Opus Dei garante: ele já confessou e foi perdoado no sigilo do confessionário.

Esta segunda foi de matar… um peita, outro larga flatos sem provas como sempre…  Mas ganha os holofotes e a imprensa golpista agradece de coração que o Angélico lhe traga a bala de prata que não tinha mais…

E olha que estamos apenas no primeiro dia da última semana da campanha… O que nos aguardarão os próximos dias??? Fux e Toffoli vão bater mais que boca com Lewandowski? Haverá outros flatos a serem soltos angelicamente? Barroso – não posso esquecer a musiquinha “Meu boi barroso, meu boi pitanga… o seu lugar é lá na canga” –  vai mandar o Adélio Bispo Oliveira falar que foi o PT que mandou matar o Coiso? A Rede Globo vai descobrir uma mina de dinheiro em algum lugar que o Leo Pinheiro dirá que foi destinado a Lula???

A direita não perde o vício de dar golpes, mesmo sobre a extrema-direita!!!

João Wanderley Geraldi é reconhecido pesquisador da linguística brasileira e formou gerações de professores em nosso país. Há já alguns anos iniciou esta carreira de cronista-blogueiro e foi juntando mais leitores e colaboradores. O nome de seu blog vem de sua obra mais importante, Portos de Passagem, um verdadeiro marco em nossa Educação, ao lado de O texto na sala de aula, A aula como acontecimento, entre outros. Como pesquisador, é um dos mais reconhecidos intérpretes e divulgadores da Obra de Mikhail Bakhtin no Brasil, tendo publicado inúmeros livros e artigos sobre a teoria do autor russo.