Hilchenbach, de Alexander Wollschläger

Ganhei este livro de meu amigo, Prof. Dr. Bernd Fichtner. Hilchenbach é a pequena cidade em que ele vive. Estive por lá muitos dias… A Alemanha tem estas surpresas: densamente povoada, tem muitas metrópoles, mas com poucos habitantes.

As pessoas se distribuem nestas cidades, ou nas aldeias destas cidades como é Hilchenbach, com uma qualidade de vida muito superior àquelas das grandes metrópoles ao estilo dos países que foram um dia colônia, e que tiveram suas cidades “fundadas”, e não vieram com desenvolvimento de pequenas povoações que se foram tornando centros urbanos.

Este pequeno volume sobre Hilchenbach tem como subtítulo :

”Imagens de uma cidade que deve ser amada” (Bilder einer liebenswerten Stadt).

Estas edificações são muito antigas, e estão na rua central da cidade. Segundo o Prof. Fichtner, elas tinham uma característica – aparentemente simétricas em seus traços com as madeiras de sustentação, observando bem se descobre sempre alguma assimetria (quase uma assinatura do construtor). Somente depois da 2ª. Grande Guerra, este tipo de construção mostra uma simetria completa.

A foto abaixo, mostra o mesmo lugar em pleno inverno:

Duas instituições chamam a atenção dos visitantes: o Museu e o Ginásio (escola de ensino preparatório para a universidade, correspondendo aos nossos 5ª. série até o final de nosso ensino médio).

O Museu chama atenção não só pelo prédio, o antigo Wilhelmsburg, mas também pela temática de sua exposição permanente, que remete ao trabalho e seus instrumentos. Poder-se-ia dizer que é um “museu do trabalho”.

O “Gynasium” é uma edificação imponente que foi construída para abrigar as filhas dos Príncipes que não haviam se casado.

No centro de Hilchenbach há um relógio, com carrilhão de sinos que tocam uma música diferente a cada hora do dia.

No entorno estão as pequenas aldeias. Uma delas é historicamente importante: Ginzburg, onde está o castelo do Príncipe de Nassau, avô de nosso conhecido Príncipe Maurício de Nassau, cujo castelo fica na cidade de Siegen, de cujo distrito Hilchenbach faz parte, localizado na Renânia Norte-Westphalia.

Em Ginzburg o príncipe reuniu um exército de camponeses que marcharam contra os espanhóis que haviam dominado a cidade de Antuérpia, na Holanda, participando assim do processo de libertação dos Países Baixos (em torno do início do Século XVIII).

Este castelo foi reconstituído e hoje abriga um museu.

Referência. Alexander Wollschläger. Hilchenbach. Bilder einer liebswerten Stadt. Edição do autor, impressa em Siegen, em 1979.

João Wanderley Geraldi é reconhecido pesquisador da linguística brasileira e formou gerações de professores em nosso país. Há já alguns anos iniciou esta carreira de cronista-blogueiro e foi juntando mais leitores e colaboradores. O nome de seu blog vem de sua obra mais importante, Portos de Passagem, um verdadeiro marco em nossa Educação, ao lado de O texto na sala de aula, A aula como acontecimento, entre outros. Como pesquisador, é um dos mais reconhecidos intérpretes e divulgadores da Obra de Mikhail Bakhtin no Brasil, tendo publicado inúmeros livros e artigos sobre a teoria do autor russo.