Domingo: homenagem a Fidel Castro

POESIA

Conto

De novo precisamos das fadas

dos gnomos

dos cavaleiros

da bruxa

e da princesa

para enfrentar a lógica

do cimento

esse guardião inerme

que nos protege

da natureza.

 (Eliana Soares. Lápis-lazúli. Teresina:Halley, 2015)

 

MEMÓRIA

Os longos discursos de Fidel eram transmitidos diretamente de Havana. Jovens, acompanhávamos escondidos dos pais e da polícia. E torcíamos pela revolução cubana. E porque uma vez falei que “prefiro Fidel a Kennedy”, quase fui apedrejado numa série de conferências organizadas para “orientar” a juventude em meados dos anos 1960! Mas somente conheci Fidel Castro em sua visita à Unicamp, muitos anos depois, quando a URSS já nem existia e Cuba sofria ainda mais porque na divisão social do trabalho, pensando em termos internacionais, lhes cabia a produção de açúcar para todo o bloco socialista. Com o embarco norte-americano e com a queda da União Soviética, o povo cubano passou por maus momentos. A vinda de Fidel ao Brasil era uma tentativa de melhora nas relações bilaterais, tornada possível pelo governo petista.  

João Wanderley Geraldi é reconhecido pesquisador da linguística brasileira e formou gerações de professores em nosso país. Há já alguns anos iniciou esta carreira de cronista-blogueiro e foi juntando mais leitores e colaboradores. O nome de seu blog vem de sua obra mais importante, Portos de Passagem, um verdadeiro marco em nossa Educação, ao lado de O texto na sala de aula, A aula como acontecimento, entre outros. Como pesquisador, é um dos mais reconhecidos intérpretes e divulgadores da Obra de Mikhail Bakhtin no Brasil, tendo publicado inúmeros livros e artigos sobre a teoria do autor russo.