Neste 20/11,presto minha homenagem a todas e todos que lutam pela causa. Há sempre os que acham que o racismo é só um ‘deslize’ (sic!); outros, que foi sem intenção; outros ainda, que você vê ‘pelo em ovo’.
Mas quem diz isso não são os que o sofrem, mas os que o praticam.
Eu confesso que já aprendi muito sobre o tema, (não é, minhas Professoras Rosa Maria Barros Ribeiro e Luci Crispin Michaela?), mas muito tenho ainda que aprender, porque nasci num ambiente que “naturalizou” a harmonia étnica, de classes, que acha que chamar de “negrinho” é carinhoso, que sentir pena é um sentimento bom.
Rasgar estas falsas noções pela de alteridade, significa você se rever, a si, aos colegas, aos amigos, aos transeuntes, aos moradores de rua…
Significa superar os preconceitos que estão inculcados em nossa consciência e na nossa cultura. Significa abrir-se para o outro, a outra, ao que considera que é bonito, normal, padrão, certo, porque é diferente de mim. Porque pensa diferente, tem valores diferentes, atitudes e modos de vida diferentes dos meus, mas não ruins ou perigosos. Simplesmente diferentes.
Aqui a consciência negra me ajuda a me abrir para outras diferenças que preciso também encarar: de outras religiosidades, outras culturas, outros partidos, outros gêneros, outros países, gostos musicais, padrões de beleza e de moda, diferenças etárias… E por aí vai.
E isto vale para a arte que vai tentar ‘ler’ esse real e suas confusões! Acham que censurando a arte resolvem o problema! A arte ajuda-nos a entender o que vivemos!!!
A democracia significa a convivência com as diferenças!!! E estamos em um momento que o que mais há é o ódio !!!
Que esse dia nos ajude a sonhar com um outro mundo possível em que as diferenças façam uma soma para melhorar a humanidade e não pra dividir ou subtrair!!!
João Wanderley Geraldi é reconhecido pesquisador da linguística brasileira e formou gerações de professores em nosso país. Há já alguns anos iniciou esta carreira de cronista-blogueiro e foi juntando mais leitores e colaboradores. O nome de seu blog vem de sua obra mais importante, Portos de Passagem, um verdadeiro marco em nossa Educação, ao lado de O texto na sala de aula, A aula como acontecimento, entre outros. Como pesquisador, é um dos mais reconhecidos intérpretes e divulgadores da Obra de Mikhail Bakhtin no Brasil, tendo publicado inúmeros livros e artigos sobre a teoria do autor russo.
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