por José Kuiava | fev 21, 2018 | Blog
O carnaval deste ano (2018) gerou e produziu um novo cenário real, uma nova conjuntura política e social do Brasil, com alegorias, fantasias, máscaras, danças, cantos, gritos e enredos perspicazes de protestos contra o governo golpista de Temer e de seus aliados e apoiadores. Diversas escolas de samba e múltiplos blocos carnavalescos aproveitaram a alegria popular e constituíram o carnaval nas avenidas, nas ruas e nos sambódromos como arma na luta contra as injustiças dos governantes, dos políticos, aliados ao governo, dos juízes parcialistas, dos empresários corruptos e contra a espetacularização manipulada dos crimes e das tragédias humanas pela mídia televisiva.
Para impedir os morros (“pervertidos” e “criminosos”) a descerem às planícies das civilizações (“impávidas” e “colossais”) é preciso fazer a intervenção federal preventiva, com as Forças Armadas do Poder Militar, no Estado e na Prefeitura do Rio de Janeiro, tudo e sempre por determinação astuta e estratégica do “presidente vampirão” – alegria genial e justa criada e exibida pela Escola de Samba Paraíso do Tuiuti. O decreto de intervenção federal é o último (o mais recente) ato de terrorismo do Temer “vampiro”, contra o povo brasileiro. A intervenção – segundo ele e o ministro da justiça – deles – é necessária e urgente, deve ser aprovado antes que seja tarde. Quer dizer, antes que o Lula seja preso e os morros turbulentos desabem sobre as planícies cultas e ordeiras.
Aprendemos com a história dos homens – com suas maravilhas, controvérsias e horrores – que toda intervenção pelas forças do poder do estado, tanto pelo poder civil, poder militar ou pela união dos dois poderes, é um golpe pretensamente redentor que, via de regra, se metamorfoseia e se constitui em ditadura civil-militar, muitas vezes com as bênçãos e graças das religiões, sempre como pretexto e justificação, intervenção vestida de capa redentora, assim de natureza e missão salvadoras, valendo-se das forças militares para reestabelecer – ou prevenir – e manter a ordem social da nação. Este pretexto, quando desmascarado, se revela uma luta ideológica de correlação de forças, onde o poder de classes dominantes se impõe para impedir a ascensão das classes trabalhadoras populares ao poder. Mesmo quando o golpe – intervenção direta ou fantasmagorizada de impeachment – se autoproclama de constitucional e justo, é ilegítimo e antidemocrático, porque se faz à revelia das decisões democráticas e contra a vontade do povo.
A intervenção federal – civil militar – no Rio de Janeiro é um acirramento da luta contra a possibilidade real do ex-presidente Lula voltar à Presidência do Brasil. O Temer e seus aliados e apoiadores – políticos, rentistas, intelectuais orgânicos, empresários do capital nacional e estrangeiro estão (apavorados) diante de um dilema de potencial trágico contra eles – duas situações plenamente possíveis. A primeira situação, mais aterrorizante para o governo ímprobo e réprobo, é a seguinte: se a Justiça não condenar em instância suprema e não mandar prender Lula, ou, se pelo menos não o tornar inelegível, Lula será candidato, será eleito democraticamente presidente, empossado de direito e governará o Brasil com prioridade a programas sociais. A segunda situação, também aterrorizante para as elites neoliberais, é a seguinte: se a justiça mantiver a condenação e mandar prender Lula ou, pelo menos, torná-lo inelegível nas eleições de 2018, os “morros descerão”. Quer dizer, os movimentos populares de manifestações e protestos tomarão conta do Brasil e poderão comprometer radicalmente a ordem imposta e, provavelmente, interferirão no processo eleitoral. As possibilidades dos candidatos de direita e centro-direita ganharem as eleições são mínimas nestas circunstâncias e neste jogo de correlação de forças.
Portanto, a intervenção federal é uma estratégia ideológica e de manipulação da opinião pública, mediante um discurso da ordem, da espetacularização dos crimes, da violência nas periferias e favelas e um recado amedrontador aos movimentos de protestos sociais e políticos. Enfim, a intervenção é um despotismo do império ímprobo e réprobo dos golpistas. Por que, se os crimes – roubos, desvios, assaltos, tráfico de drogas – das favelas justificam à intervenção militar federal, logo a intervenção deveria começar em Brasília no Congresso e no Palácio.
José Kuiava escreve neste Blog às quartas-feiras
por João Wanderley Geraldi | fev 20, 2018 | Blog
Com a atitude de retirar da pauta de seus interesses a Reforma da Previdência, desiste o governo Temer da joia da coroa das exigências do mercado e da política neoliberal que vinha implementando a toque de caixa. Não haverá Reforma! E para não confessar a falta de votos no Congresso, a justificativa foi o estado de intervenção na segurança do Rio de Janeiro.
Considerando que urubólogas e leitoas avançavam que haveria suspensão para votar a reforma, imaginava que o interesse era quebrar toda e qualquer possibilidade de oposição ao desejado pelo mercado, evitando os votos em separado das emendas. A reforma sairia tal como encomendada. Pois não é que a guinada de Temer parece ter sido outra!!!
Até agora, rezou ajoelhado e cabisbaixo o Vampirão o credo neoliberal. Tomou todas as medidas impopulares que lhe impunham: congelou gastos, chegou às raias de reintroduzir o trabalho escravo e desejava acabar com a aposentadoria dos trabalhadores. Ia por aí caminhando e crescendo em rejeição.
E eis que, de repente, não mais do que de repente, se dá conta do suicídio: a política neoliberal não enterraria somente o povo, a economia, a vida, o sangue de todos: tudo sugado pelo rentismo ao gosto do ministro Henrique Meirelles, aquele que se acha ungido para a presidência com os votos dos banqueiros e especuladores. Deu-se conta Temer de que seria um Vampirão sugado também.
E nas panelas e panelões do palácio, urdem um guinada. Há muita violência no país? Não pensemos nas causas, combatamos com marketing e com força militar. Decreta-se a intervenção. Medida que tem apoio popular! Medida contra a qual nem banqueiros nem gerentes de fundos, estes serventuários do capital, podem contrapor-se. E o próprio presidente deixou aberta a possibilidade de que eles ganhariam a desejada reforma da previdência. Deu-lhes um tombo: apoiado pela militarização da política, retira de tramitação a reforma. E continua a baixar os juros da SELIC.
Ora, para os militares não fazerem papel de bobos, haverá necessidade de aumentar os gastos sociais – ao menos com a segurança. Está aberto o caminho para se desfazer do congelamento de gastos. Afinal, por baixo do tema segurança, poderão ser liberados recursos para recuperação ambiental dos morros, para ações pontuais em educação e cultura, para a assistência social à saúde, etc… Um golpe de mestre!
Liberta-se o governo da “Ponte para o Futuro” ao perceber que o futuro era o abismo desejado apenas pela ganância do rentismo da atual fase do capitalismo improdutivo, o capitalismo financeiro. Conseguiu o governo Temer dar marcha ré e recomeçar em outros patamares… Ele tem pouco tempo: deverá chover dinheiro para que de imediato apareçam resultados.
A questão que deverá enfrentar – e enfrentará ameaçando não mais sustentar com verbas – será a da comunicação pela mídia tradicional, TVs e jornais. Afinal, a Globo não vai deixar barato este abandono do projeto neoliberal tão acalentado e cantado em prosa e verso. Reaparecerão as urubólogas dos tempos dos governos petistas ou serão compradas para o novo projeto de poder da quadrilha temerosa? Os porta-vozes do mercado ficarão quietos? Pode ser que sim: eles estão sem opção política para 2018. E entre perder um pouco neste ano, para continuar ganhando no ano que vem, eis poderão esquecer o que diziam ontem, e começar a defender o aumento de gastos públicos!!! Seus discursos são venais, e discursos venais não têm qualquer princípio que não seja o que mais enxergam: cifrões.
Há analistas que já estão apostando que Temer será candidato em reeleição e que disputará o segundo turno com qualquer dos candidatos que a esquerda conseguir levar ao segundo turno; há também que diga que Moreira Franco será o futuro governador do Rio! Isso é uma questão de tempo, e o tempo é curto para obter resultados com a força e somente com a força. E ela vem com tudo: quem viu os caminhões carregando tanques velhos e enferrujados pela Dutra sabe que todo o projeto desta militarização é para assustar e para obter resultados visíveis imediatos.
Tudo agora parece ser uma questão de tempo e de urgência.
por Cristina Batista de Araújo | fev 19, 2018 | Blog
As facilidades de exposição e o fluxo de narrativas nas práticas cotidianas, proporcionadas pelas tecnologias e redes de comunicação, passaram a redesenhar os lugares de sociabilidade e a redefinir uma série de questões de ordem estética, política e social. Essa produção e circulação de enunciados e subjetividades trazem marcas de voyeurismo, de ativismo, de jornalismo, de amadorismo etc. que, é preciso dizer, propicia um campo de vigilância difusa em que o fluxo de informações no ciberespaço se torna um foco privilegiado de monitoramento por diversos setores e com diferentes propósitos: inclusive na criação do ‘efeito bolha’, mencionado no texto do professor Wanderley Geraldi aqui no blog.
A “bolha de filtros” é uma expressão utilizada para explicar o fato de que redes sociais usam algoritmos para definir as atualizações mais importantes aos usuários e, dessa maneira, tendem a fornecer gradualmente conteúdo que se alinhe aos interesses e opiniões deles. Assim, cada pessoa fica isolada em sua ilha de preferências, e se verá cada vez mais fechada dentro de uma esfera de informações diminuta, apartada de quem não pensa como ela.
Essa questão soa como um novo frame para um conto muito conhecido:
Muitos anos atrás, havia um imperador que gostava de roupas bonitas, mais do que qualquer outra coisa no mundo. Na verdade, vestir-se ocupava todo o seu tempo… De qualquer forma, a vida era alegre na cidade. Estrangeiros chegavam a toda hora, e um dia, apareceu uma dupla de espertalhões. Bem, isso é o que eles eram, mas se diziam tecelões. Diziam também que o pano que teciam, além de uma beleza estonteante, tinha propriedades mágicas: tanto no tear como transformado em roupas, era invisível para quem não estivesse à altura de seu posto ou para os muito estúpidos.
– Excelente! Pensou o imperador.
– Eis a minha chance de descobrir quais dos meus súditos não servem para os postos que ocupam, e poderei separar os espertos dos tolos. Sim! Esse pano tem que ser tecido e transformado em roupas imediatamente.
E deu aos impostores uma grande quantia em dinheiro para que pudessem começar o trabalho.
Na mesma hora os tratantes montaram o tear e agiram como se estivessem trabalhando com afinco. Mas, na realidade, não havia nada no tear… (e, assim, continuaram fingindo que trabalhavam, pedindo mais e mais dinheiro).
Passado um tempo, o imperador mandou um súdito – o primeiro-ministro – ver como andavam os trabalhos. Não foi ele próprio, por receio de não conseguir ver o tecido.
‘Deus nos acuda!’, pensou o velho. ‘Não consigo enxergar pano algum’… Mas não disse nada… ‘Será que sou incapaz para ser ministro? Nunca me considerei incompetente… Não, não, não posso dizer que não consigo ver o pano.’…
Pouco tempo depois, o imperador decidiu enviar um conselheiro honesto para verificar como estava indo o trabalho… Mas aconteceu com ele a mesma coisa que acontecera com o ministro… Então, ele admirou o tecido que não podia ver:
– Sim, sim, muito lindo… cores esplêndidas… magnífico desenho! E relatou ao imperador que a estampa do tecido era magnífica.
A notícia do maravilhoso tecido logo correu pela cidade.
Finalmente, o imperador resolveu ir vê-lo com seus próprios olhos… ‘Isso é terrível!’, pensou o imperador. ‘Não consigo enxergar nada nos teares! Serei estúpido?… E então, ele falou:
– Que tecido charmoso… lindo! Tem nossa total aprovação! E o imperador deu a cada um dos trapaceiros uma condecoração honorária e o título de Oficial do Tear da Corte Imperial.
Na véspera da grande procissão, os farsantes ainda trabalhavam em sua tarefa imaginária: a confecção da roupa…
Finalmente anunciaram: – A roupa está pronta! – E o imperador dirigiu-se aos aposentos… Os trapaceiros continuaram:
– Se sua Alteza Imperial fizer a gentileza de tirar a roupa que está usando agora, teremos a honra de vesti-lo com o novo traje; pode ver o efeito neste grande espelho… O imperador virava-se de um lado e de outro em frente ao espelho.
– Como está elegante! Como lhe cai bem! – murmuravam os cortesãos.
– Que tecido rico! As cores são esplêndidas! Vocês já viram manto mais magnífico? – ninguém ousava admitir que não via nada…
E assim o imperador saiu andando majestosamente na procissão, debaixo do esplêndido dossel. As pessoas nas ruas ou nas janelas gritavam coisas como ‘Essa roupa nova é maravilhosa!’, ‘Como ele está magnífico!’, ‘Que elegância!’. Pode imaginar? Ninguém ousava admitir que não conseguia ver roupa alguma. Isso significaria que essa pessoa era idiota, ou que não servia para seu posto.
Na verdade, nenhum dos deslumbrantes trajes do Imperador jamais havia sido tão elogiado. Então, num momento de silêncio, ouviu-se uma voz de criança, intrigada:
– Ele não está vestindo nada!
– Sshh! – disse o pai da criança. Essas crianças falam cada bobagem!
Mas um sussurro espalhou-se pela multidão. ‘Uma criança ali disse que o imperador está nu’, ‘O imperador está nu!’ Logo todos murmuravam: – Ele está nu! Finalmente, o próprio imperador achou que eles poderiam estar certos. Mas aí pensou. ‘Se eu parar agora, vou estragar a procissão e isso não pode acontecer’. Então ele continuou caminhando, mais altivamente que antes. Quanto aos cortesãos, continuaram carregando a cauda do manto que não existia.
Fazemos parte de um público para o qual as noções de dialogismo e polifonia são mui caras. O que temos para o presente é pensar tudo isso considerando, por exemplo, a comunicação nas redes sociais. O fato é que, por ser algo novo, falta muito para compreendermos tudo isso. Mas, antes de tudo, é bom lembrarmos que a tal bolha existe – e ela só piora.
Cristina Araújo escreve neste Blog às segundas-feiras
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por João Wanderley Geraldi | fev 18, 2018 | Blog
OBRAR
Naquele outono, de tarde, ao pé da roseira de minha
avó, eu obrei.
Minha avó não ralhou nem.
Obrar não era construir casa ou fazer obra de arte.
Esse verbo tinha um dom diferente.
Obrar seria o mesmo que cacarar.
Sei que o verbo cacarar se aplica mais a passarinhos
Os passarinhos cacaram nas folhas nos postes nas pedras do rio
nas casas.
Eu só obrei no pé da roseira da minha avó.
Mas ela não ralhou nem.
Ela disse que as roseiras estavam carecendo de esterco orgânico.
E que as obras trazem força e beleza às flores.
Por isso, para ajudar, andei a fazer obra nos canteiros da horta.
Eu só queria dar força às beterrabas e aos tomates.
A vó então quis aproveitar o feito para ensinar que o cago não é uma
coisa desprezível.
Eu tinha vontade de rir porque a vó contrariava os
ensinos do pai.
Minha avó, ela era transgressora.
No propósito ela me disse que até as mariposas gostavam
de roçar nas obras verdes.
Entendi que obras verdes seriam aquelas feitas no dia.
Daí que também a vó me ensinou a não desprezar as coisas
desprezíveis
E nem os seres desprezados.
por João Wanderley Geraldi | fev 17, 2018 | Blog
Embora tradicionalmente neste dia poste algum comentário de livro, as notícias da semana são tão fortes que me obrigam a um comentário, a uma opinião.
Não acredito que a intervenção seja inocente e nem que seja para combater o tráfico e a bandidagem. Ela vem a calhar para os interesses do golpe, que ainda não entregou a joia da coroa, a Reforma da Previdência. Quer dizer, joia da coroa neste momento; depois dela e do não retorno ao crescimento econômico, acharão outro motivo qualquer, como os gastos com Bolsa Família, com saúde pública, com educação, etc… sempre haverá um novo bode a ser posto na sala para que nenhuma mudança estrutural aconteça e os bancos continuem a ter seus lucros excepcionais e os rentistas fiquem todos contentinhos. É assim que funciona o capitalismo improdutivo com registros contábeis de rendas que não têm qualquer lastro em patrimônio efetivo, além do papel.
Aquela cronista com sobrenome daquele animal cuja carne os judeus não comem já antecipou: como a intervenção proíbe mudanças na Constituição, ela será suspensa para que a votação da Reforma da Previdência aconteça, com retorno imediato da mesma intervenção, evitando assim qualquer emenda à reforma então já aprovada! As datas de suspensão – para a votação em primeiro turno e depois para a votação em segundo turno – serão definidas assim que a compra de votos estiver sido efetuada e a “vitória” dos interesses financeiros esteja garantida. Entrará na pauta do Congresso e sairá de lá limpinha, limpinha como encomendado pelo capital ansioso para abrir mais um nicho de mercado com a previdência privada.
Como entre uma e outra data volta a intervenção, e como depois da segunda data, a intervenção ficará para valer até 31.12.2018, nenhuma manifestação poderá acontecer na cidade mais politizada do país, que é o Rio de Janeiro!
Donde vem a pressa, neste momento? Penso que a pressa em decretar a intervenção tem a ver com o medo de que o morro desça! No Carnaval, a Paraíso do Tuiuti expressou a voz calada. Os morros afixaram faixas em suas entradas ameaçando: se Lula for preso, o morro descerá. São dois movimentos num mesmo sentido.
Certamente D. Carmen Lúcia terá que colocar no plenário do STF, que alguém chamou de “cabaré do judiciário” – a expressão não é minha -, a questão da prisão depois de condenação em segunda instância. Os prognósticos apontam de que desta vez a maioria dos ministros, por 6×5, votará contra a prisão! Mas este placar é anterior à intervenção. Agora, garantida a ordem e o progresso que chegará segundo anunciam depois da Reforma da Previdência, permite aos vendilhões do templo continuarem com sua interpretação inconstitucional e Lula poderá ser preso sem que nada aconteça: os tanques estarão nas ruas para garantir que nada aconteça além das sobejas e sempre eternas mortes das pobres vítimas da violência policial. Pobres e pretos, de preferência.
Trinta anos depois da promulgação de nossa Constituição, o golpe a reescreve segundo interesses momentâneos, secundado pelo STF, este ninho de cobras criadas em que um de seus membros não tem a menor vergonha de comprar, com uma liminar, o cargo de desembargadora para sua filha recém-saída dos cueiros!
O país somente retornará à nação quando Referendos Revogatórios tiverem sucesso, e para eles virem, talvez não tenhamos que esperar tantos anos como no passado. Afinal, a velocidade do tempo virtual mudou também as durações dos golpes e das mentiras que os sustentam, aqui e em toda parte. Que o digam aqueles que acreditaram na “primavera árabe”.
por João Wanderley Geraldi | fev 16, 2018 | Blog
Embora eu considere mais ou menos inútil este blog, já que seus poucos leitores não precisariam ler o que aqui se publica, porque pertencemos todos à mesma bolha, comungando opiniões e posições ideológicas, e já que existe tanta coisa boa para ler em blogs sérios, vou retomar esta minha ilusão de que estou fazendo alguma coisa, voltando a escrever e a postar textos. Ilusões e esperanças nos movem e ficar parado esperando a morte chegar, segurando livros de literatura e lendo filosofia e história, talvez seja uma condenação em vida. Como não acho coisa mais útil a fazer, volto ao blog a partir de amanhã.
As férias forçadas, motivadas por questões de saúde de familiares, não perderam suas razões de ser. Mas ao menos agora estou parado em um único local e isso me permite acesso mais regular à internet.
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