O conselho tecido na substância viva da existência tem um nome: sabedoria. A arte de narrar está definhando porque a sabedoria – o lado épico da verdade – está em extinção.
(Walter Benjamin)
Todos aqueles que tiveram a oportunidade de conviver ou mesmo de ouvir Paulo Freire reencontraram nas suas exposições um narrador, gostoso de ouvir, que se voltava para suas experiências e delas extraía as considerações que ia tecendo com invento e limpidez cativantes. Seguramente, perdemos, com Paulo Freire, certo modo de inventar-se como intelectual apaixonado pelas ideias que defende, comprometido com a construção de uma sociedade mais juta e sem qualquer vergonha por assumir suas opções políticas.
É este Paulo Freire narrador, pensador e politico que pretendo recuperar neste esboço de estudo que, seguindo seu próprio modo de expor-se, parte de uma experiência de trabalho conjunto. Por dois semestres compartilhamos os “Colóquios Interdisciplinares em Educação” – disciplina do curso de pós-graduação em Educação da Unicamp, coordenados pelo educador, por Adriano Nogueira e por mim.
No primeiro semestre deste trabalho, que coincidiu com o início de seu mandato como Secretário de Educação do município de São Paulo, o objetivo foi ir discutindo às terças-feiras o que ia acontecendo no novo trabalho de Secretário, desafio que expunha na esfera da atuação pública um nome e uma trajetória. Tratava-se, então, de não perder o espaço de distanciamento que a academia proporciona, sem deixar de trazer para dentro da sala, compartilhando com alunos e colegas, os acontecimentos de uma gestão à medida que ela ia se desenvolvendo.
Nossa grande dificuldade neste semestre não foi extrair temas do cotidiano, foi selecioná-los e delimitar as preocupações num momento em que todos nós apostávamos nas possibilidades abertas pelo exercício de um mandato executivo na maior cidade brasileira. Eram inúmeros os profissionais da educação que estavam “dando uma força” para que as coisas acontecessem e dessem certo. Os problemas trazidos para as discussões eram “os nossos problemas”: como expor uma perspectiva educacional, elaborando propostas que respondessem ao imediato, sabendo de antemão que algumas coisas não aconteceriam, sem deixar que este não acontecer se transformasse numa recusa da perspectiva mais ampla defendida? Tratava-se de coadunar sonhos infinitos limitados a meios finitos e a tempo fixado.
Circulamos por vários assuntos, desde aqueles das relações políticas e partidárias até àqueles menores dos entraves burocráticos, quando a urgência das prioridades esbarra nas portarias e decretos. As portarias não eram/são portas de acesso para aqueles que queríamos ver privilegiados, muito menos ainda para as ideias que pretendíamos ver discutidas. As portarias foram e são entraves: lugares de passagem, controlam entradas e saídas(2). Mas sempre há como escapar por entre as frinchas. De memória, retomo um acontecimento. Na gestão anterior, os pãezinhos distribuídos na “merenda escolar” eram adquiridos de uma única padaria – que seguramente preenchera todos os requisitos portariais e decretariais. Com o tamanho da cidade, é fácil imaginar as distâncias que separam as escolas desta padaria única: os pães eram cozidos num dia, levados às escolas num segundo dia e consumidos num terceiro. Pão sempre tresnoitado e duro. Vencido o contrato de fornecimento, a Prefeitura organiza uma forma de licitação de modo que aproximadamente 600 padarias passam a fornecer pães para as escolas, segundo a proximidade de localização escola/padarias (do bairro). Pão fresco todo dia.
Pretendendo repercussão na imprensa por uma decisão óbvia – em função da menor distância para a entrega, o preço diminuiu e com os recursos economizados pôde-se melhorar a merenda como um todo – a assinatura dos contratos de fornecimentos foi fixada para a mesma data. Foram 600 padarias ao Ibirapuera e nenhuma linha na grande imprensa. Como ‘furar’ o cerco do silencia burguês? De fato, era/é necessário furá-lo? Como construir, com uma população outra, meios de comunicação constante, sabendo que de um outro lugar, uma outra voz, forte e arrogante, estava sempre disposta a continuar a defender os interesses que sempre defendeu?
No segundo semestre, as discussões se distanciaram do cotidiano da Secretaria, para delas se aproximarem através da leitura e estudo da obra do próprio Paulo Freire. Entre outras afirmações que circularam no período anterior, havia uma que preocupou: “como educador, Paulo Freire era nome mais citado no país, mas também era o menos lido”. A organização do trabalho passou por uma seleção prévia do autor, que escolheu como suas [então] principais obras, os seguintes trabalhos: Educação e Atualidade Brasileira [tese de concurso público para a cadeira de História e Filosofia da Educação, a que se submeteu em Recife no ano de 1959]; Pedagogia do Oprimido [obra prima do autor, manuscrita em 1968 e publicada nos EEUU e depois em espanhol e português]; Ação Cultural para a Liberdade e outros escritos [coletânea de textos que tematizam a alfabetização de adultos, os camponeses e seus textos de leitura, a ação cultural e a conscientização]; Cartas a Guiné-Bissau [cartas dirigidas a Mário Cabral e às equipes de trabalho, antecedidas por estudo introdutório em que se tematizam “os problemas que uma sociedade revolucionária deve-se pôr no campo da educação enquanto ato de conhecimento”]; A importância do ato de ler [três artigos, o primeiro é sua conferência de abertura do 3º. COLE, atualmente disponível em edição mais próxima da fala no livro Leituras no Brasil; o segundo correlacionado à alfabetização de adultos e às bibliotecas públicas e o terceiro retornando à África, com a alfabetização em São Tomé e Príncipe].
A metodologia de aula que utilizamos foi a leitura prévia do texto selecionado, um encontro prévio em que elaborávamos uma leitura do texto e organizávamos um conjunto de perguntas que remetiam a uma espécie de “arqueologia” do processos de produção da obra e um terceiro encontro, este com Paulo Freire, em que nos respondia a perguntas e críticas, seguramente algumas delas impertinentes [de memória, lembro as críticas à ideologia do desenvolvimento assumida na tese de concurso e à visão fenomenológica presente em várias passagens desta mesma tese e de Pedagogia do Oprimido].
Obviamente não cumprimos o programa (3). Tomamos chimarrão em cuia trazida por Adriano Nogueira. E ficamos no estudo de Educação e Atualidade Brasileira e Pedagogia do Oprimido. Nossas muitas perguntas e algumas críticas levavam o autor ao tempo da produção, e com os olhos do fim dos anos 80 recordava suas leituras, seus interlocutores e suas experiências, todas vinculadas à obra que estávamos estudando. Nestes encontros, muitas vezes Paulo Freire se referiu a um necessário reencontro seu com a Pedagogia do Oprimido, que ele vinha preparando na forma de livro em Pedagogia da Esperança em 1992.
É deste trabalho compartilhado que retiro uma hipótese de leitura da obra de Paulo Freire e que apresento como um ponto de vista a ser melhor especificado numa necessária retomada de sua obra agora completa, infelizmente. Paulo Freire foi um narrador que retiou da experiência a reflexão teórica que nos apresenta como conselhos.
Walter Benjamin, no estudo sobre o narrador(4) afirma: “são cada vez mais raras as pessoas que sabem narrar devidamente. Quando se pede num grupo que alguém narre alguma coisa, o embaraço se generaliza. É como se estivéssemos privados de uma faculdade que nos parecia segura e inalienável: a faculdade de intercambiar experiências […]. Uma das causas desse fenômeno é óbvia: as ações da experiência estão em baixa, e tudo indica que continuarão caindo até que seu valor desapareça de todo”.
Acompanhando o texto de Walter Benjamin, vamos encontrando alguns elementos que poderiam dar corpo à hipótese de leitura de Paulo Freire, complementando-a com outras perguntas a responder em estudo futuro:
O narrador camponês e o narrador marinheiro: como “a experiência que passa de pessoa a pessoa é a fonte a que recorreram todos os narradores”, estes são divididos em dois grupos que se interpenetram – “quem viaja tem muito o que contar” e quem fica conhece as histórias e tradições de seu país. O marinheiro e o camponês. O camponês e o marinheiro. Paulo Freire poderia ter sido ambos? Suas obras remetem sempre à experiência do SESI e, posteriormente, a Angicos. O exílio o torna marinheiro e a experiência com a África inclui entre suas reflexões o corpo, seu gingado e sua dança;
O conselho: a narrativa tem uma dimensão prática e utilitária. “Essa utilidade pode consistir seja num ensinamento moral, seja numa sugestão prática, seja num provérbio ou numa norma de vida – de qualquer maneira, o narrador é um homem que sabe dar conselhos. […] Aconselhar é menos responder a uma pergunta que fazer uma sugestão sobre a continuação de uma história que está sendo narrada”. Retiro um exemplo de Paulo Freire – depois de narrar sua relação de dor com a chuva, lama e barro pegajoso, desvelando a razão de ser de sua experiência de sofrimento para dele libertar-se, aconselha: “… alcançar a compreensão mais crítica da situação de opressão não liberta ainda os oprimidos. Ao desvelá-la, contudo, dão um passo para superá-la desde que se engajem na luta política pela transformação das condições concretas em que se dá a opressão. O que quero dizer é o seguinte: enquanto no meu caso foi suficiente conhecer a trama em que meu sofrimento se gestava para sepultá-lo, no domínio das estruturas sócio-econômicas, a percepção crítica da trama, apesar de indispensável, não basta para mudar os dados do problema. Como não basta ao operário ter na cabeça a ideia do objeto que quer produzir. É preciso fazê-lo”. A história da mudança é uma história ainda a construir. Se o conselho não responde a uma pergunta, mas sugere uma continuação para a história, é este fim da história que não está fixado no pensamento de Paulo Freire, porque atingida a não opressão, outra história começa nesta eterna busca do “fazer-se homem”. Os conselhos, que demandam a sabedoria, que como lado épico da verdade, demanda compromissos, sonhos e utopias, são tecidos do “saber de experiência feito”, para construir o “inédito viável”.
A liberdade de interpretação e a atemporalidade da narrativa exigindo uma comunidade de ouvintes [a oralidade de Paulo Freire não se encontra apenas em suas palestras, aulas e entrevistas, mas também em seus livros, mesmo naqueles a que não chamados de “livros falados”](6), a narrativa contém informações plausíveis, retomadas no eterno recontar a história que se tece na rede das interpretações distintas e nos diferentes desempenho de cada narrador e destes em cada situação. “Contar histórias sempre foi a arte de conta-las de novo…”. Em Paulo Freire, observemos a frequência com que reconta a experiência do SESI (por exemplo, em Educação como prática da liberdade e em Pedagogia da Esperança), retorna-se a Angicos, volta-se a Recife e à casa paterna. A cada novo tempo, a narrativa retorna, reinterpretados os fatos e fundamentando conselhos novos, porque dialogam múltiplos passados com o presente olhada com o desejo de futuro;
A preferência pelo fluir da vida às explicações conectadas entre causas e efeitos no narrador, os desígnios do futuro, as reminiscências do passado, o sentido da vida, a autoridade da experiência vivida, o curso das coisas sobrepõem-se à tentativa de encontrar explicações lógicas, coerentes e coesas, porque se assume que as vidas dos homens e das mulheres são prenhes de saberes e desejos. Talvez nestas “operações” próprias à narrativa possam ser encontrados indícios de explicação para um processo de produção que me parece constante em Paulo Freire: todo ciclo de reflexão teórica, em que os pensamentos se organizam em obra, vem precedido de um ciclo de experiências multifacetadas, de modo que a obra final condensa em um gesto pontos diversos de uma trajetória prévia. Pedagogia do Oprimido, por exemplo, é antecedida por obras que remetem à experiência no SESI (Educação e Atualidade Brasileira, depois com retoques, Educação como prática da liberdade, mas também por um texto a propósito da gestão de João Alfredo Gonçalves da Costa Lima como reitor da Universidade de Recife, pelos livros e cadernos de exercícios de alfabetização e pelo livro Alfabetização e Conscientização. Em resumo, a obra-prima de Paulo Freire condensa a experiência brasileira pré golpe militar de 1963 e as primeiras experiências no exílio, especialmente o trabalho realizado junto aos camponeses chilenos, de que Extensão ou Comunicação? Possivelmente seja a obra mais conhecida entre nós);
A subjetividade na narrativa: segundo Walter Benjamin, “a narrativa … é ela própria, num certo sentido, uma forma artesanal de comunicação. Ela não está interessada em transmitir “o puro em si” da coisa narrada como uma informação ou um relatório. Ela mergulha a coisa na vida do narrador para em seguida retirá-la dele. Assim se imprime na narrativa a marca do narrador, como a mão do oleiro na argila do vaso”. No modo Paulo-freireano de falar, corpo, gesto e voz se unem na forma estética de defender a ética. São conhecidos seus neologismos, que ao contrário do rebuscado modo acadêmico de se expor, são de fácil compreensão, parecem dizer precisamente aquilo que devem dizer.
“Nunca um acontecimento, um fato, um feito, um gesto de raiva ou de amor, um poema, uma tela, uma canção, um livro têm por trás de si uma única razão. Um acontecimento, um fato, um feito, uma canção, um gesto, um poema, um livro se acham sempre envolvidos em densas tramas, tocados por múltiplas razões de ser que de algumas estão mais próximas do ocorrido ou do criado, de que outras são mais visíveis enquanto razão de ser. Por isso é que a mim me interessou sempre muito mais a compreensão do processo em que e como as coisas se dão do que o produto em si.” (Pedagogia da Esperança, p. 18)
Paulo Freire, como narrador, soube extrair da experiência seus conselhos, e seguindo seus próprios conselhos construiu uma teoria pedagógica, dela extraiu uma metodologia de trabalho e com todos compartilhou seus achados. Legou-nos uma obra. Para aqueles que querem ultrapassar o comentário, deixou-nos um exemplo.
Notas
Este texto foi minha despedida de Paulo Freire, escrito ainda sob o impacto de seu falecimento. Traz para o público mais amplo o nosso primeiro ano de experiência de trabalho docente conjunto, numa disciplina do curso de pós-graduação em Educação da Unicamp. Antes, havia tido contatos com Paulo Freire em eventos, em mesas-redondas que compartilhamos, e em alguns trabalhos que posteriormente se tornaram mais assíduos. Acontece que Paulo Freire havia assumido a Secretaria Municipal de Educação da cidade de São Paulo a convite da Prefeita Luíza E neste período em que ficou ocupado com esta experiência de gestão pública, ele não quis se afastar da atividade docente na Unicamp. Convidou-me para compartilhar a disciplina, que teria também a participação mais forte do que a minha do colega Adriano Nogueira. Ele viria quinzenalmente, às terças-feiras (caso não houvesse qualquer obstáculo urgente). Assim, trabalhamos juntos num curso e dentro da sala de aula. Não eram muitos os alunos matriculados. Na verdade, poucos se considerarmos o renome do professor. Mas estávamos na Unicamp, os tempos eram de defesa da “pedagogia critica dos conteúdos” e Paulo Freire era pouco lido, mesmo na Faculdade de Educação. Nas disciplinas da graduação, as professoras Sílvia Manfredi e Corinta Geraldi eram das poucas que o incluíam em sua bibliografia. O Prof. Moacir Gadotti já tinha se transferido para a USP. Na verdade, as posições de Paulo Freire eram motivo de críticas cerradas no contexto da Faculdade e chegou a haver um chefe de departamento, a que ele estava adscrito, que lhe exigiu que comprovasse seu título de doutoramento. Como Paulo Freire havia feito o concurso de Cátedra na Universidade de Pernambuco (hoje UFPE) e logo após houve o golpe, ele nunca chegou a assumir como tal e jamais teve o título de professor catedrático concedido. O chefe, muito iluminado, luz nas trevas, achou por bem encaminhar à Reitoria da Universidade o pedido de reclassificação funcional de Paulo Freire: de professor titular para professor assistente (MS-1, na terminologia da época, apenas portador de título de graduação). Afinal, Paulo Freire era apenas doutor “honoris causa” de inúmeras universidades do exterior e do país (talvez o motivo real para o chefete professor de ética lhe pedir comprovantes…). Foi este fato que levou Paulo Freire a uma audiência com o então reitor da Unicamp, Prof. Paulo Renato, a quem pretendia entregar seu pedido de demissão. O Reitor o dissuadiu e ele praticamente se desligou da Faculdade de Educação (onde manteve os Seminários no programa de pós-graduação) e passou a trabalhar num Núcleo da Universidade que reunia professores de outras faculdades e institutos (de diferentes áreas como a Física e a Matemática) e pesquisadores do próprio núcleo (entre eles, Adriano Nogueira). Não recordo o nome do núcleo; ele deixou de existir a partir dos fins dos anos 1990.
Este texto foi publicado originalmente na revista Leitura: Teoria e Prática (Ano 16, n. 30, dezembro de 1997). Posteriormente, o colega Valdir Heitor Barzotto o incluiu na coletânea Estado de Leitura (ALB/Mercado de Letras, 1999), um livro que reúne artigos publicados na revista da Associação de Leitura do Brasil.
Fatos, temas e discussões estão no livro Paulo Freire: Trabalho, comentário, reflexão. Petrópolis, Editora Vozes, 1990.
Pior do que não termos cumprido o programa de trabalho proposto foi minha exigência de que os encontros com Paulo Freire não fossem gravados, para que não caíssemos na tentação a que sucumbimos os três: ao mesmo tempo preparávamos a publicação das discussões do semestre anterior e eu não via naquele momento urgência alguma para o registro da “arqueologia” que pretendíamos fazer.
Walter Benjamin. “O narrador – Considerações sobre a obra de Nicolai Leskov”. In. Obras Escolhidas, vol. I [Magia e técnica, Arte e Política] São Paulo, Brasiliense.
Pedagogia da Esperança, p. 32.
Circulam entre nós inúmeros vídeos, verdadeiras aulas de Paulo Freire. Mas também circulam livros, chamados por ele de “livros falados”, que são transcrições e edições de entrevistas e debates. Exemplo típico é Paulo Freire ao Vivo, organizado por Aldo Vannuchi, com a participação de Wlademir dos Santos, Edições Loyola, 1983.
Tenho dias sem inspiração, inexiste a menor que seja a vontade de escrever. Desavergonhadamente revelo isso no meu texto, não tenho em mim a culpa que tanto tentam me impingir. Então leio, ouço músicas que gosto e elas me cortam o silêncio.
Como não ter o que dizer diante de tantas coisas, como não escrever diante de fatos que precisam de registro. A dor nos imobiliza, mas em outros momentos a dor nos instiga. Prometo que não me alongarei hoje, e sem alongamentos as dores são maiores e posteriores.Trocadilho infame esse. Então vou dizer hoje sem “arrodeios”:
– Estou muito puta! (Ih, danou! Na semana passada foi a história do broxa, essa semana venho com mais expressões sem requintes e pudores)
Haddad é Lula, Lula é Haddad. Até aí tá tudo certo, mas quando entra o pessoal da propaganda é alma do negócio é que as coisas ficam um tanto estranhas. E ficam mesmo. Recebi ontem em minhas redes sociais um videozinho singelo até ensinando as pessoas simples a falar o nome do substituto: Haddad. Senti em meu rosto queimar as bochechas, e depois lia comentários dizendo de como ficou bom, didático. Na minha cabeça, eu só pensava:
– Por favor, não peçam minha opinião, Deus, por favor – E ninguém pediu, até porque a gente sabe bem que o espaço de fala da mulher negra é sempre muito questionável, que o diga a advogada ontem que foi arrastada no exercício de seu trabalho. (ver matéria aqui: https://www.geledes.org.br/porque-ninguem-fez-nada-pela-doutora-valeria-por-adriana-cecilio-marco-dos-santos/). E então estava tudo bem, obrigada! De nada! Até que… Olhando a minha timeline no facebook(me segue lá) um monte de pessoas sacando, como num filme de bang bang, os diplomas de Haddad. Ninguém deve imaginar minha cara de espanto, mas vou dizer para vocês como é: dois olhões pretos arregalados, bocona recolhida e murcha, e paralisada… uma sobrancelha arqueada e a outra não, quase um gif de uma mulher negra americana usando sua expressão comum: – what are you fuck man?
Vamos por partes: Haddad é Lula, e Lula é Haddad.
Sendo assim, Lula foi o melhor presidente da história desse país, e sofreu e sofre ataques constantes por parte das elites e dos lambe-botas não porque não tem curso superior, mais do que isso o recado/legado que Lula transmite, em especial para seu substituto deve ser que representação importa. Não a cênica, aquela que o cara finge não saber como é pronúncia de Haddad, ou Alckmin que virou Geraldo e continuou do mesmo tamanho. Ou ainda aquela que o cara que vai lá comer um pastel no mercado, pega na mão do Paulo negão e depois limpa, ou usa um chapeuzinho sertanejo pra fugir do lobo mal, ou para se passar por Lula, ops, não!
Representação importa quando envolve respeito e identidade. Se emocionar quando fala que reduziu a fome no país, significa que você sabe o que é fome, levar água, pra região da seca enfrentando inclusive os movimentos que se opuseram, mas muitas vezes se calam para os pivôs que irrigam o agronegócio e mandam água para fora do nosso país, colocar gente preta na universidade significa que você sabe o que é ser preto na nossa sociedade. Esse saber não é titulado, poderia ser e foi, mas não é esse seu valor.
Haddad seja Lula. Se eu pudesse te dar um conselho, do alto da minha mais completa ignorância é seja cada vez mais Lula, sem títulos, sem carteiradas, sem modos, sem senhores imperiosos que vão te dizer que o mercado, os juros, os commodities, a igreja, a família, que setores esperam isso ou aquilo outro de você.
O povo espera o Lula de você, e se tem alguém que não abandonou o Lula, e isso está muito claro é esse povo: simples, faminto, sedento.
Porque ao dizer dos seus títulos, ou que os mais simples não sabem sequer dizer seu nome, as pessoas querem te distanciar do Lula. Não se iluda. Representação importa, e você representa o Lula, então seja Lula, seja essa gente que insiste, que resiste, que chora, que sofri, que caminha, que dorme em vigília, que se emociona e que pede Lula livre por todo canto do país.
As pessoas querem de novo ser feliz, os golpistas se arvoraram a construir uma ponte, diziam para o futuro, é bem assim que as coisas podem ser colocadas quando não há preocupação com o povo, com as pessoas, com o humano como se pudéssemos trazer para o concreto os sonhos, os desejos, por meio de uma ponte.
– Olha a chuva! É mentira! Olha a ponte! A ponte quebrou.
Permita-se conhecer as pessoas, antes de se dar a ser conhecido. Muitos dirão que não há tempo: – É mentira! A chuva de votos já começou, e a ponte? Essa quebrou! E a felicidade? Na poesia pode rimar com Haddad.
Estou com um nó no estômago. Amargo, borbulhando no peito, na garganta, até no cérebro. Sem cansar e sem parar. E não adianta recorrer aos princípios da racionalidade humana mais elevada já inventada, já ensinada e aprendida no decorrer da história.
Olhei e vi na televisão, dezenas de vezes, a imagem da facada na barriga do Bolsonaro. A cena foi real no palco material da história, sem ensaio e sem encenação teatral. O Bolsonaro vivo, montado a cavalo nas costas de um homem vivo e real, rindo, gritando, acenando para a multidão, ele e a multidão alegres e entusiasmados. Um cenário real de ato político em campanha eleitoral na rua central da cidade de Juiz de Fora/MG. No caso, um político de fora. De repente, um braço se levanta em meio ao entusiasmo, e com mão firme e precisa crava a faca na barriga do homem nas costas do carregador e entre dezenas de braços e mãos aplaudindo até o presente momento. Num instante, o rosto alegre e ridente vira tragédia: a boca se contrai de dor, os olhos se fecham drasticamente e a vítima grita em desespero. Geme de dor. Fico imaginando a dor do Bolsonaro. E o nojo que os carregadores sentiam com o fedor que exalava do baixo material que vertia das tripas grossas e das tripas finas de Bolsonaro. Este ato não aconteceu num vaso sanitário ou atrás de uma macega. Aconteceu no centro de uma multidão de seres humanos. O gladiador se dizia um escolhido por Deus e que aplicou o golpe a pedido de Deus.
Na arena política, é prática histórica antiga os gladiadores se valerem de armas e estratégias que ferem os princípios éticos e morais. Valem-se de uma linguagem fantasmagorizada, fetichizada para liquidar os seus adversários e cativar os eleitores, principalmente na arena da televisão e nos palanques em cenários de campanhas eleitorais. E aqui está a razão e o sentido do título desta crônica – Colheu o que semeou.
O candidato Bolsonaro, por diversas vezes, declarou, proclamou e ameaçou com entusiasmo e convicção os adversários políticos. Disse que é preciso “metralhar todos bandidos”; prometeu “fuzilar a petralhada”; falou que tem mulher que não merece ser estuprada; manifestou preconceitos raciais e homofóbicos. Mesmo em fotografia na UTI, o Bolsonaro todo enfaixado e com aparelhos ligados no nariz, nas orelhas e na barriga, aparece com os dedos das duas mãos em posição de segurar um fuzil-metralhadora, apontando para frente. Pode?
Ou tudo isso – o que Bolsonaro falou e gesticulou – não é crime? Ah! É apenas a liberdade de expressão! É isso, meritíssimo juiz? Tempo todo fui e continuo sendo tentado a pensar que foi mais um golpe, uma estratégia, uma armação. A facada não penetrou na barriga e não furou os intestinos – ninguém viu, e se viu não mostrou, sangue e nem cocô vertendo das tripas de Bolsonaro. Assim, Bolsonaro virou mártir, debitando a culpa às esquerdas, ao PT acima de tudo, já que o agressor foi filiado ao PSOL até 3 anos atrás.
Se fosse usada a arma de fogo – fuzil, metralhadora, bomba… – que Bolsonaro prometeu usar contra a “petralhada”, em vez de faca, ele estaria morto, porque um tiro à queima-roupa teria estraçalhado seu crânio aloprado.
Desse jeito, eu continuo com o nó no estômago e no cérebro. Convencido até a morte de que o crime não compensa. E tudo o que não se faz com amor, se faz na dor. Disso eu tenho certeza. Aliás, que Bolsonaro não é um mártir, mas um fascista à moda brasileira, eu também tenho certeza.
Por fim, um alerta: na conjuntura política das eleições de 2018, precisamos ficar muito atentos ao espetáculo que está se armando nos bastidores, muito bem lembrado por Eduardo Galeano o humor negro de Buenos Aires, o dístico popular: “o poder é como o violino: pega-se com a esquerda e toca-se com a direita”. Podemos acrescentar: em benefício da direita.
Vocês já devem saber que os tribunais proibiram minha candidatura a presidente da República. Na verdade, proibiram o povo brasileiro de votar livremente para mudar a triste realidade do país.
Nunca aceitei a injustiça nem vou aceitar. Há mais de 40 anos ando junto com o povo, defendendo a igualdade e a transformação do Brasil num país melhor e mais justo. E foi andando pelo nosso país que vi de perto o sofrimento queimando na alma e a esperança brilhando de novo nos olhos da nossa gente. Vi a indignação com as coisas muito erradas que estão acontecendo e a vontade de melhorar de vida outra vez.
Foi para corrigir tantos erros e renovar a esperança no futuro que decidi ser candidato a presidente. E apesar das mentiras e da perseguição, o povo nos abraçou nas ruas e nos levou à liderança disparada em todas as pesquisas.
Há mais de cinco meses estou preso injustamente. Não cometi nenhum crime e fui condenado pela imprensa muito antes de ser julgado. Continuo desafiando os procuradores da Lava Jato, o juiz Sérgio Moro e o TRF-4 a apresentarem uma única prova contra mim, pois não se pode condenar ninguém por crimes que não praticou, por dinheiro que não desviou, por atos indeterminados.
Minha condenação é uma farsa judicial, uma vingança política, sempre usando medidas de exceção contra mim. Eles não querem prender e interditar apenas o cidadão Luiz Inácio Lula da Silva. Querem prender e interditar o projeto de Brasil que a maioria aprovou em quatro eleições consecutivas, e que só foi interrompido por um golpe contra uma presidenta legitimamente eleita, que não cometeu crime de responsabilidade, jogando o país no caos.
Vocês me conhecem e sabem que eu jamais desistiria de lutar. Perdi minha companheira Marisa, amargurada com tudo o que aconteceu a nossa família, mas não desisti, até em homenagem a sua memória. Enfrentei as acusações com base na lei e no direito. Denunciei as mentiras e os abusos de autoridade em todos os tribunais, inclusive no Comitê de Direitos Humanos da ONU, que reconheceu meu direito de ser candidato.
A comunidade jurídica, dentro e fora do país, indignou-se com as aberrações cometidas por Sergio Moro e pelo Tribunal de Porto Alegre. Lideranças de todo o mundo denunciaram o atentado à democracia em que meu processo se transformou. A imprensa internacional mostrou ao mundo o que a Globo tentou esconder.
E mesmo assim os tribunais brasileiros me negaram o direito que é garantido pela Constituição a qualquer cidadão, desde que não se chame Luiz Inácio Lula da Silva. Negaram a decisão da ONU, desrespeitando o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos que o Brasil assinou soberanamente.
Por ação, omissão e protelação, o Judiciário brasileiro privou o país de um processo eleitoral com a presença de todas as forças políticas. Cassaram o direito do povo de votar livremente. Agora querem me proibir de falar ao povo e até de aparecer na televisão. Me censuram, como na época da ditadura.
Talvez nada disso tivesse acontecido se eu não liderasse todas as pesquisas de intenção de votos. Talvez eu não estivesse preso se aceitasse abrir mão da minha candidatura. Mas eu jamais trocaria a minha dignidade pela minha liberdade, pelo compromisso que tenho com o povo brasileiro.
Fui incluído artificialmente na Lei da Ficha Limpa para ser arbitrariamente arrancado da disputa eleitoral, mas não deixarei que façam disto pretexto para aprisionar o futuro do Brasil.
É diante dessas circunstâncias que tenho de tomar uma decisão, no prazo que foi imposto de forma arbitrária. Estou indicando ao PT e à Coligação “O Povo Feliz de Novo” a substituição da minha candidatura pela do companheiro Fernando Haddad, que até este momento desempenhou com extrema lealdade a posição de candidato a vice-presidente.
Fernando Haddad, ministro da Educação em meu governo, foi responsável por uma das mais importantes transformações em nosso país. Juntos, abrimos as portas da Universidade para quase 4 milhões de alunos de escolas públicas, negros, indígenas, filhos de trabalhadores que nunca tiveram antes esta oportunidade. Juntos criamos o Prouni, o novo Fies, as cotas, o Fundeb, o Enem, o Plano Nacional de Educação, o Pronatec e fizemos quatro vezes mais escolas técnicas do que fizeram antes em cem anos. Criamos o futuro.
Haddad é o coordenador do nosso Plano de Governo para tirar o país da crise, recebendo contribuições de milhares de pessoas e discutindo cada ponto comigo. Ele será meu representante nessa batalha para retomarmos o rumo do desenvolvimento e da justiça social.
Se querem calar nossa voz e derrotar nosso projeto para o País, estão muito enganados. Nós continuamos vivos, no coração e na memória do povo. E o nosso nome agora é Haddad.
Ao lado dele, como candidata a vice-presidente, teremos a companheira Manuela D’Ávila, confirmando nossa aliança histórica com o PCdoB, e que também conta com outras forças, como o PROS, setores do PSB, lideranças de outros partidos e, principalmente, com os movimentos sociais, trabalhadores da cidade e do campo, expoentes das forças democráticas e populares.
A nossa lealdade, minha, do Haddad e da Manuela, é com o povo em primeiro lugar. É com os sonhos de quem quer viver outra vez num país em que todos tenham comida na mesa, em que haja emprego, salário digno e proteção da lei para quem trabalha; em que as crianças tenham escola e os jovens tenham futuro; em que as famílias possam comprar o carro, a casa e continuar sonhando e realizando cada vez mais. Um país em que todos tenham oportunidades e ninguém tenha privilégios.
Eu sei que um dia a verdadeira Justiça será feita e será reconhecida minha inocência. E nesse dia eu estarei junto com o Haddad para fazer o governo do povo e da esperança. Nós todos estaremos lá, juntos, para fazer o Brasil feliz de novo.
Quero agradecer a solidariedade dos que me enviam mensagens e cartas, fazem orações e atos públicos pela minha liberdade, que protestam no mundo inteiro contra a perseguição e pela democracia, e especialmente aos que me acompanham diariamente na vigília em frente ao lugar onde estou.
Um homem pode ser injustamente preso, mas as suas ideias, não. Nenhum opressor pode ser maior que o povo. Por isso, nossas ideias vão chegar a todo mundo pela voz do povo, mais alta e mais forte que as mentiras da Globo.
Por isso, quero pedir, de coração, a todos que votariam em mim, que votem no companheiro Fernando Haddad para Presidente da República. E peço que votem nos nossos candidatos a governador, deputado e senador para construirmos um país mais democrático, com soberania, sem a privatização das empresas públicas, com mais justiça social, mais educação, cultura, ciência e tecnologia, com mais segurança, moradia e saúde, com mais emprego, salario digno e reforma agrária.
Nós já somos milhões de Lulas e, de hoje em diante, Fernando Haddad será Lula para milhões de brasileiros.
Até breve, meus amigos e minhas amigas. Até a vitória!
“Meu boi Barroso, meu boi Pitanga, o seu lugar é lá na canga…”. Esta velha canção que ouvia quando pequeno não me sai da cabeça e não sei o que a me traz do fundo da memória para o presente. Enfim… ela ainda não foi proibida e posso pensá-la à vontade.
O processo eleitoral está mexendo com aqueles que detestam qualquer manifestação popular, particularmente através do voto, que não corresponda aos seus pontos de vista e aos interesses envolvidos na condução política do país.
Barroso, o ministro, parece detestar Lula – embora tenha sido nomeado pela petista Dilma. Está tão encurralado com o que tudo está indicando – uma vitória do PT nas eleições, seja o candidato quem for – que gostaria imensamente de retirar da política o nome de LULA. Proíbe imagem, proíbe fala, mesmo de gravações anteriores à prisão; proíbe que candidatos ao Parlamento citem o apoio de Lula e a Lula, sequer solidariedade pode ser manifestada. Em resumo, o ministro Barroso, não aquele cujo lugar é na canga, aquele da canção, quer apagar um líder, custe o que custar.
Resta saber se pretende também retirar a palavra “lula” do dicionário! É que no freezer da minha casa temos lulas e estou preocupado com uma batida da polícia federal a mando de Sérgio Moro, porque o pacote está identificado com a palavra “lula”, e se ela for proibida, então não terei mais lulas no freezer, e quando fizermos a comida – provavelmente um arroz com… – a gente vai comer “arroz com…” até que o Barroso decida que podemos voltar a usar esta excluída palavra…
Acontece que como o bicho lula, Lula tem mil tentáculos, mil modos de existência na cabeça do povo, e a grande maioria com simpatia, com vontade de que ele retorne ao governo, etc. etc. Como o Lula disse, ele é uma ideia e ideias, mesmo o Barroso querendo, não vão para canga, isto é, não se submetem aos desejos inconfessáveis dos interesses escusos que sustentam o golpe que o judiciário brasileiro insiste em manter, insiste em continuar realizando, dia a dia e a cada processo. Como o judiciário não tem a força bruta direta, vai comendo pelas beiradas a democracia brasileira.
Mas há quem tem a força, a força bruta, bélica, concreta: tanques e canhões, munição e guaritas, fardas e pessoal. E aí entra em cena a tão comentada entrevista do Gen. Villas Boas, ministro Chefe das Forças Armadas. Segundo alguns analistas, sua fala se destinava ao público interno, onde as águas se agitam há muito tempo. Diz aos companheiros de farda: estou atento, podem deixar… mas diz isso com a força de impor o desejo das águas agitadas: a candidatura Lula não passa, não pode acontecer, não deve acontecer, não QUEREMOS que aconteça.
Agora sim apareceu um homem com força de dizer que o golpe pode se aprofundar, e o regime deixar de ser uma ditadura jurídico-policial, sustentada pela mídia tradicional, para se tornar pura e simplesmente uma ditadura militar, com as imposições de praxe, manu militari. O General não precisa dos rodeios do juridisquês falado, escrito e despachado pelo Sr. Faccioso, aquele ministro que diz que uma liminar da ONU vale no Tribunal Superior Eleitoral, TSE, mas não vale no Supremo Tribunal Federal. Nem precisa se mostrar com a cara braba de professor sádico que gosta de dar castigos, cara que sempre apresenta o Barroso, o ministro fique claro. Villas Boas fala sério. E diz a que estão dispostas as casernas… Ou chegamos ao poder executivo pelo voto no nosso candidato (venha ele a ser substituído por Mourão ou não), ou chegamos ao poder porque vetaremos qualquer candidato outro, e o outro único que tem chances, neste momento, é Fernando Haddad, representando Lula nestas eleições.
Está criado o clima: o STF que veio com “tudo” para o golpe parlamentar de 2016, que assumiu o comando do golpe através de seus ministros arrependidos e chorosos por terem sido nomeados por petistas, ansiosos para prestarem serviços à direita que lhes convém, acabará perdendo o poder. O Gen. Villas Boas avisou quem deve governar. “E se não for o seu candidato o eleito, então daremos um jeito.” Haddad se elege e não leva? É esta a mensagem?
Nunca tive dúvidas de meu voto: voto em Lula, voto em Haddad. Depois destes acontecimentos voto com mais vontade ainda em quem Lula indicar, pode ser até uma minhoca qualquer! E voto mesmo não precisando mais comparecer às sessões eleitorais, porque estou dispensado da obrigatoriedade do voto… irei votar e irei de camisa vermelha (aliás, uma camisa que ganhei de um colega na Universität de Siegen, na Alemanha, quando estava por lá trabalhando, logo não partidária, mas vermelha – me basta).
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