Antes que chamem de “país de merda”

Donald Trump está sendo um problema para os norte-americanos, até mesmo para a tal América dos fundos, esquecida e que pagou o preço do neoliberalismo que o império, secundado pela agora falida Inglaterra.

Pois não é que o cara chamou países latino-americanos e africanos de “países de merda”? Como desconhece por completo a história, jamais perceberá que seu país cresceu criando a merda, particularmente nas então chamadas “repúblicas das bananas”, que se cansaram de invadir para garantia dos lucros de seus exploradoras empresas!

Para garantir que não sejamos incluídos por Trump na mesma categoria, Rodrigo Maia, o presidente da Câmara dos Deputados, aquele que foi até imaginado como sucessor-tampão de Michel Temer depois dos escândalos das gravações, pois este mesmo: foi aos Estados Unidos, mais precisamente a Washington para confessar pecados dos governos brasileiros: o programa Bolsa Família escraviza as pessoas!!!

Notem: um programa social que foi fundamental para erradicar a fome do país é “escravocrata”. A reforma trabalhista, esta não é!!! A portaria do governo dificultando a fiscalização do trabalho escravo, esta também não é escravocrata. Quem escraviza os homens é o Bolsa Família.

Com estas declarações, ou melhor, confissão de culpa, Rodrigo Maia nos tirou da categoria de “países de merda” para nos incluir no mapa da fome. Para nossa elite política, melhor impor a fome do que se pensar “república das bananas”.

No entanto, rodrigos maias et caterva são uns bananas porque jamais erguerão a cabeça no concerto das nações: o Brasil que querem deve ser de famélicos a cantar o hino nacional e bater continência à bandeira dos EEUU, como acabou de fazer Bolsonaro. 

João Wanderley Geraldi é reconhecido pesquisador da linguística brasileira e formou gerações de professores em nosso país. Há já alguns anos iniciou esta carreira de cronista-blogueiro e foi juntando mais leitores e colaboradores. O nome de seu blog vem de sua obra mais importante, Portos de Passagem, um verdadeiro marco em nossa Educação, ao lado de O texto na sala de aula, A aula como acontecimento, entre outros. Como pesquisador, é um dos mais reconhecidos intérpretes e divulgadores da Obra de Mikhail Bakhtin no Brasil, tendo publicado inúmeros livros e artigos sobre a teoria do autor russo.